Geraldo de Barros Brasileiro, 1923-1998
Geraldo de Barros é um dos principais nomes da arte brasileira do século XX. Combinando seus primeiros estudos sobre pintura e um interesse posterior em fotografia, ele trabalhou os limites dos processos fotográficos tradicionais, intervindo diretamente no negativo, fazendo múltiplas exposições do mesmo filme, sobreposições, montagens e recortes, questionando as regras clássicas de composição. Apesar da profunda preocupação formal, vista claramente no concretismo brasileiro, do qual Geraldo de Barros participou intensamente, ele conseguiu fundi-la com suas preocupações sociais, o que o levou a abordar os processos industriais em seu trabalho, lidando coerentemente com as construções geométricas, reprodutibilidade, socialização da arte, teoria da forma e design industrial.
Geraldo de Barros, ainda aos 26 anos, participou da criação do laboratório e do curso de fotografia no Museu de Arte de São Paulo (MASP), onde apresentou a exposição Fotoformas, em 1950. O artista também foi um dos principais atuantes do Foto Cineclube Bandeirante, espaço que marcou a experimentação em fotografia no Brasil. Em 1951, participou do HfG - Hoschule für Gestaltung (Escola de Formas) em Ulm, Alemanha. Foi também um dos fundadores do Grupo Ruptura (1952) e Grupo Rex (1966) e participou da 1ª, 2ª, 9ª, 15ª e 21ª Bienal de São Paulo e da Bienal de Veneza (Itália), em 1986. Entre diversos projetos nacionais e internacionais, as obras de Geraldo de Barros tiveram participação póstuma em diversas exposições. Em 2014, o Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro, organizou a retrospectiva do artista e, no ano seguinte, a mesma exposição foi exibida no SESC Belenzinho, em São Paulo. No ano de 2017, a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva em Lisboa (Portugal) e a Document Gallery, em Chicago (EUA), realizaram mostras individuais do artista, seguidas por outras na Side Gallery, em Barcelona (Espanha), em 2018, Kurst und Kulturstiftung Opelvillen, em Rüsselsheim (Alemanha). Mais recentemente, em 2021, o Itaú Cultural apresentou mostra individual, enquanto em 2022, o Museé d’Art Moderne et Comtemporain – MAMCO, na Suiça, realizou a maior retrospectiva do artista na Europa. Seu trabalho faz parte de coleções como a Fundação de Arte Cisneros Fontanals, Fundo de Arte do Estado de Genebra, Fundação Bienal de São Paulo, Instituto Inhotim, Museu Ludwig, Fundação Max Bill, Museu Max Art, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Belas Artes, Museu de Arte de São Paulo, MoMA Nova York, Tate Modern Inglaterra, Photographer’s Gallery Inglaterra, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museo de Arte Latino Americana de Buenos Aires, etc.