Luciana Brito - NY Project | Selected Works
Passadas exhibition
Apresentação
Após sua aclamada exposição inaugural, “Ruptura”, a Luciana Brito – NY Project apresenta até 24 de fevereiro de 2018 uma seleção de obras de sua coleção realizadas por artistas de diferentes nacionalidades e gerações, incluindo desde figuras centrais ao Concretismo brasileiro a jovens artistas internacionalmente renomados. De acordo com o conceito do espaço localizado em Tribeca — um projeto conjunto da Luciana Brito Galeria e da galeria de design Espasso —, as obras de arte são exibidas ao lado de peças de mobiliário raras e de edição limitada projetadas por nomes como Oscar Niemeyer, Joaquim Tenreiro e José Zanine Caldas, entre outros, selecionadas pela Espasso Annex. Ao juntar forças, as galerias criam uma oportunidade complexa e imersiva para que o público nova-iorquino entre em contato com a arte e o design brasileiros, cujas histórias são intimamente interligadas.
O andar térreo da galeria é quase unicamente ocupado por obras históricas de Waldemar Cordeiro (1925, Itália – 1973, Brasil), Luiz Sacilotto (1924 – 2003, Brasil), Geraldo de Barros (1923 – 1998, Brasil), Lothar Charoux (1912, Áustria – 1987, Brasil), Anatol Wladyslaw (1913, Polônia – 2004, Brasil) e Judith Lauand (1922, Brasil). Criadas na década de 1950 e início da década de 1960, essas peças integram um período de efervescente inovação estética no Brasil, quando a fundação da arte Concreta nacional foi estabelecida através da criação do Grupo Ruptura, em 1952, de extrema importância para a história da arte e para a constituição da sensibilidade visual latino-americana.
Representando a vocação intergeracional da Galeria, tais peças são apresentadas ao lado de duas fotografias de grandes dimensões de Caio Reisewitz (1967, Brasil) de arquiteturas brasileiras: uma delas exibe a pintura do teto da nave da Igreja de São Francisco de Assis, realizada por Mestre Ataíde no século XIX, enquanto a outra retrata as elegantes curvas do Palácio do Itamaraty, de Niemeyer. Esta última é exibida ao lado de uma mesa projetada pelo designer polonês radicado no Brasil Jorge Zalszupin, destacando as similaridades estéticas entre a arquitetura e o design modernistas no Brasil. Obras de Paula Garcia (1975, Brasil), uma performer brasileira radicada em Nova York, e do pintor paulistano Tiago Tebet (1986, Brasil) completam a exposição no primeiro andar.
O porão da galeria — que mantém certas peculiaridades de sua ocupação prévia por um restaurante, como as grandes portas de metal que dão entrada a salas antes refrigeradas — é ocupado por uma seleção de obras de Geraldo de Barros, Waldemar Cordeiro, Caio Reisewitz, Héctor Zamora e Tobias Putrih. Enquanto Geraldo de Barros é representado por obras de seu período Concreto e por sua produção de mobiliário, os esboços paisagísticos de Waldemar Cordeiro são apresentados ao lado de fotografias vintage dos projetos realizados, nos quais ele aliava sua estética racional e construtivista à exuberância da vegetação tropical. De maneira similar, quatro obras de Caio Reisewitz — uma fotografia de arquitetura, duas paisagens e uma colagem fotográfica — permitem uma visão panorâmica de seu corpo de trabalho, motivado, por um lado, pela história da arquitetura e pela herança do modernismo e, por outro, pela opulência caótica dos ecossistemas brasileiros. A mostra se completa com uma instalação do esloveno Tobias Putrih (1972), que explora técnicas tradicionais de construção em instalações efêmeras criadas com materiais como papelão, MDF e gesso, e com um desenho sobre fotografia de Héctor Zamora (1974, México), cujas grandiosas performances e instalações em espaços públicos subvertem as tradicionais dinâmicas de ocupação das localidades em que são apresentadas.
Obras