Analivia Cordeiro
A pesquisa artística de Analivia Cordeiro desenvolve-se de forma híbrida e multidisciplinar, com particular interesse pelo estudo da linguagem corporal, com foco na sua expressão e consciência, abordando dentre outros aspectos sua relação com as mídias digitais. Sua vivência em dança iniciou-se ainda criança e desde então tem sido o ponto norteador de sua trajetória nas artes visuais. Considerada pioneira da chamada “Computer-dance” e da performance multimídia, a artista incorporou o computador como ferramenta de entendimento dos processos artísticos ainda em 1973, sendo a primeira videoartista brasileira com a obra “M3X3”, que já vislumbrava a representatividade da tecnologia na vida prática da sociedade. Em 1981, criou “Nota-Anna”, um software de notação de movimentos, resultado de análises científicas para o rastreamento dos movimentos corporais. A investigação de Analivia trabalha o duo orgânico/artificial na linguagem corporal e, paralelamente, o duo controle/liberdade na sua relação com a tecnologia, considerando-a como um filtro semântico para a realidade, um intermediário para dialogar com o público. O que vemos são produções inovadoras tanto em arte quanto em tecnologia, que despertam para experiências multissensoriais e trabalham também a saúde, a afetividade e o autoconhecimento, travando um diálogo com a tecnologia, a arte, o corpo e a mente.
Analivia Cordeiro formou-se em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – USP (1976, São Paulo), com pós-graduação Mestrado Multimídias pela Unicamp (1996, Campinas-SP) e Doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC (2004, São Paulo-SP), além de Pós-doutorados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ (2010, Rio de Janeiro) e pela Universidade de São Paulo – USP (2018, São Paulo). Entre 1977 e 1979 estudou Dança Contemporânea e Coreografia no Merce Cunningham Dance Studio de Nova York e no Alwin Nikolais Studio. Recentemente, ganhou sua primeira grande exposição individual internacional, no ZKM-Museum of Contemporary Art (2023, Alemanha), no Centro Atlántico de Arte Moderno, Las Palmas (2023, Espanha), além de participar de mostra no LACMA (2023, EUA). Dentre as principais mostras e eventos dos quais participou, estão a 1973 International Festival of Edinburgh, 12a Bienal de São Paulo (1974, São Paulo, Brasil); LatinAmerica 74 – Institute of Contemporary Arts (1974, Londres, GB); International Conference Computer & Humanities/2 – University of Southern California (1976, Los Angeles, EUA); Art of Space Era - Von Braun Civic Center of Huntsville Museum of Art, 1978; Brasil Século XX, Bienal de São Paulo (1984, Brasil); Arte e Tecnologia – Itaú Cultural (1996, São Paulo, Brasil); 27a Annual Dance on Camera Festival (1998, Nova York, EUA); SIGGRAPH (2008, USA), B3 Biennale of Moving Images – Expanded Senses – Museum Angewandte Kunst (2015, Frankfurt, Alemanha); Video art in Latin America, Laxart (2016-2017, Los Angeles); Radical Women: Latin American Art, 1960-1985, Hammer Museum 2017, Los Angeles, EUA), Brooklyn Museum (2018, Nova York, EUA) e Pinacoteca de São Paulo (2018, São Paulo, Brasil); Coder le Monde – Centre Georges Pompidou (2018, Paris, França); Control and Chance: Art in the Age of Computer – Victoria & Albert Museum (2018, Londres, GB); A Brazilian Computer-Video-Dance from 70s, University of California Berkeley (2020, EUA). Sua obra também figura em importantes coleções, como ZKM-Museum of Contemporary Art (Alemanha), Museum of Fine Arts, Houston (EUA), Victoria & Albert Museum Collection (GB), Museum of Modern Art – MoMA-NY (EUA); Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia (Espanha), Museum of Concrete Art (Ingolstadt, Alemanha), além de MAC-USP (Brasil), Pinacoteca do Estado de São Paulo (Brasil), Itaú Cultural (Brasil) e do arquivo de Oskar Schlemmer (Suíça/Alemanha). Em 2015, a artista recebeu o BEEP Award for Electronic Art, em ocasião da ARCO Madrid Art Fair. A artista é também membro da CID – Comissão Internacional de Dança, da UNESCO.
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