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Paralelamente à mostra retrospectiva organizada pelo Itaú Cultural , a Luciana Brito Galeria apresenta um conjunto de obras históricas de Geraldo de Barros, que pela primeira vez são disponibilizadas ao público. Trabalhos inéditos da icônica série “Sobras” serão mostrados ao lado de uma sequência de registros da cidade medieval francesa de “Carcassonne”, realizados pelo artista no começo dos anos 1950.
“Sobras” foi concebida por Geraldo de Barros no final de sua produção. A partir de material remanescente de sua própria história, como fotografias da família e negativos antigos, entre os anos de 1996 e 1998, o artista reconstruiu e criou novas narrativas com colagens e interposições. Subdividida por categorias formais (colagem e vidro), “Sobras” representa a síntese da arte de Geraldo de Barros, não apenas porque combina o conhecimento, a maturidade e o primor adquiridos pelo artista ao longo de suas experiências, mas principalmente porque condensa todo o potencial que Geraldo de Barros acreditava ser possível manifestar através da fotografia, ou seja, verdade, emoção e expressão. Essa derradeira experiência reúne, ainda, o repertório estético concreto-construtivista que tanto impulsionou o fazer artístico de Geraldo e permeou grande parte de sua pesquisa.
Já as fotografias da série “Carcassonne”, foram realizadas entre 1951 e 52, período em que o Geraldo de Barros morou na França. Esta viagem se mostrou o cenário ideal para os experimentos do artista, que realizou diversos registros, principalmente do castelo condal, construído ainda pelo Império Romano e atualmente Patrimônio Mundial da Unesco. Geraldo de Barros mudou-se para a França, em 1951, por meio de bolsa de estudos em reconhecimento da importância da exposição “Fotoformas”, que aconteceu no MASP, em 1949. -
SOBRAS 1996/1998
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CARCASSONNE 1951/1977
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Geraldo de Barros
1926, Chavantes, São Paulo - 1998, São Paulo.Geraldo de Barros é um dos principais nomes da arte brasileira do século XX. Combinando seus primeiros estudos sobre pintura e um interesse posterior em fotografia, ele trabalhou os limites dos processos fotográficos tradicionais, questionando as regras clássicas de composição. Além da preocupação formal, vista claramente no concretismo brasileiro, do qual Geraldo de Barros participou intensamente, ele conseguiu fundi-la com suas preocupações sociais, o que o levou a abordar os processos industriais em seu trabalho, lidando coerentemente com as construções geométricas, reprodutibilidade, socialização da arte, teoria da forma e design industrial.
Ainda aos 26 anos, Geraldo de Barros participou da criação do laboratório e do curso de fotografia no Museu de Arte de São Paulo (Masp), onde apresentou a exposição Fotoformas, em 1950. O artista também foi um dos principais atuantes do Foto Cine Clube Bandeirante, espaço que marcou a experimentação em fotografia no Brasil. Em 1951, participou da HfG – Hochschule für Gestaltung (Escola de Formas) em Ulm, Alemanha. Foi também um dos fundadores do Grupo Ruptura (1952) e do Grupo Rex (1966), e participou das 1ª, 2ª, 9ª, 15ª e 21ª edições da Bienal de São Paulo, e da Bienal de Veneza (Itália), em 1986. Entre diversos projetos nacionais e internacionais, as obras de Geraldo de Barros tiveram participação póstuma em diversas exposições. Em 2014, o Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro, organizou a retrospectiva do artista e, no ano seguinte, a mesma exposição foi exibida no Sesc Belenzinho, em São Paulo. No ano de 2017, a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva em Lisboa (Portugal) e a Document Gallery, em Chicago (EUA), realizaram mostras individuais do artista, seguidas por outras na Side Gallery, em Barcelona (Espanha), em 2018, e Kunst- und Kulturstiftung Opelvillen, em Rüsselsheim (Alemanha), em 2019. Seu trabalho integra coleções como a Fundação de Arte Cisneros Fontanals, Fundo de Arte do Estado de Genebra, Fundação Bienal de São Paulo, Instituto Inhotim, Museu Ludwig, Fundação Max Bill, Museu Max Art, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Belas Artes, Museu de Arte de São Paulo, MoMA, Tate Modern, Photographer’s Gallery, Pinacoteca de São Paulo, Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, entre outros.
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