SP-Arte Viewing Room 2021

9 - 13 Junho 2021
  • Anthony McCall | Augusto de Campos | Bosco Sodi | Caio Reisewitz | Geraldo de Barros | Liliana Porter 
    Marina Abramovic | Pablo Lobato | Rafael Carneiro | Regina Silveira | Rochelle Costi | Waldemar Cordeiro
  • O fazer artístico atravessa as várias etapas próprias do processo criativo do artista, que abrange desde sua conceitualização, até suas camadas estéticas e imagéticas. Embora cada processo seja único e pessoal, todo artista tem um objetivo comum: comunicar. Entendendo a importância dos processos nas manifestações artísticas, a Luciana Brito Galeria apresenta um conjunto de obras que reflete a diversidade e a individualidade de cada artista no exercício de experimentação, com obras de Liliana Porter, Regina Silveira, Geraldo de Barros, Waldemar Cordeiro, Marina Abramovic, Caio Reisewitz, Anthony McCall, Pablo Lobato, Bosco Sodi, além de trabalhos inéditos de Rafael Carneiro, artista que atualmente apresenta mostra individual no espaço da galeria “Casa Família Deleite”. Com método orgânico e livre, Rafael Carneiro parte do significado das figuras utilizadas, que são descontextualizadas, articuladas e resignificadas.

  • Augusto de Campos

    1931 São Paulo, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

    Essas obras históricas de Augusto de Campo fazem parte da série de manuscritos originais a partir de “letrasets”, ou seja, letras adesivas transferíveis. Esse é um dos artifícios de criação que o artista-poeta utilizava para construção das suas poesias concretas. 

  • Regina Silveira

    1939 Porto Alegre, Brasil Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

    A serie Dilatáveis, com foco nas distorções projetivas e sua capacidade de alterar criticamente os significados das imagens apropriadas, fez parte da tese de Doutorado da artista em 1984. Outros trabalhos que participam deste mesmo imaginário poderão ser vistos em sua exposição individual no MAC/ USP, Regina Silveira: Outros Paradoxos, que acontece paralelamente à próxima Bienal de São Paulo, onde estará exposta a totalidade da serie Dilatáveis, em seu formato original.

  • "O conjunto de desenhos preparatórios foi realizado durante o processo de investigação para a histórica série Dilatáveis (1983), que tem como ponto de partida a apropriação de imagens impressas em jornais e revistas, acrescidas de sombras fortemente alongadas por procedimentos de distorção da Perspectiva". Regina Silveira

  • Waldemar Cordeiro

    1925 Roma, Itália. 1973 São Paulo, Brasil.

    Líder do movimento concretista brasileiro, o artista utilizava uma pesquisa interdisciplinar e explorava as especificidades do desenho, com linhas e cores básicas que se sustentavam por si só, para pensar a concreção de suas obras.

  • Geraldo de Barros

    1923 Chavantes, Brasil. 1998 São Paulo, Brasil.

    As pinturas-objetos produzidas pelo artista na década 1980, utilizam cores básicas e formas geométricas que facilitavam a produção. Antes da realização efetiva desses trabalhos, o artista estudava as possibilidades em desenhos e colagens. Esses conceitos, somados à utilização da fórmica como suporte, eram primordiais para atribuir uma identidade mais “industrial” às obras.

  • Anthony McCall

    1946, St. Paul's Cray, Inglaterra. Vive e trabalha em Nova York, EUA.

    Uma das séries mais emblemáticas do artista é composta pelas esculturas de luz sólida, onde a luz ganha dimensão tridimensional através da fumaça. Nos desenhos da série, como em “Meeting You Halfway II” (2011), vê-se os caminhos que as linhas da animação projetadas performam.

  • Marina Abramovic

    1946 Belgrado, Iugoslávia. Vive e trabalha em Nova York, EUA.

    A artista é, por si mesma, o ponto de partida para a criação de suas obras. Um exemplo é a instalação “97 Pisama / 97 letters” (2008), onde ela compilou as primeiras frases de cartas que não tivera coragem de abrir durante anos. Como num ato de ousadia para enfrentar seus medos, essas palavras agora estão reunidas em uma só obra. Já a série “Spirit Cooking” (1996), representa as primeiras experiências da artista com gravura. São páginas de um livro de receitas-poemas afrodisíacas, acompanhadas de imagens ligadas à sua prática corporal.

  • "Since I was very young, until my early thirties, I had serious problems in opening and reading any letters I received. Letters would stay on my table for weeks before I found the courage to open them, and during this time my sense of guilt would grow and grow.

     

    Most of the time, when I finally opened the letters, it was too late to answer them and my sense of guilt was worse than ever." Marina Abramovic

  • Bosco Sodi

    1970 Cidade do México, México. Vive e trabalha em Nova York, EUA e Puerto Escondido, México

    Essa série de pinturas reflete com precisão a pesquisa do artista, que consegue valorizar a potência da simplicidade dos materiais de origem natural, como fibras e pigmentos. Esses elementos são combinados por meio de uma gestualidade marcada, dando um caráter original a cada obra. Sua prática carrega, ainda, técnicas ancestrais que resgatam sua origem latino-americana.

     

  • Liliana Porter

    1941 Buenos Aires, Argentina Vive e trabalha em Nova York, EUA.

    Através de uma coleção particular de imagens e pequenos objetos, a artista trabalha diferentes suportes, desde papel, fotografia, vídeos e instalações, para nos colocar diante de narrativas alegóricas e distorcidas da realidade e do tempo, chamadas de “vinhetas teatrais”.

  • Caio Reisewitz

    1967 São Paulo, Brasil Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

    A obra “Ambé” (2021) traz no título a referência do Tupi e dá nome a uma comunidade indígena no Amapá. Paradoxalmente, também significa algo duro e áspero, ao passo que foi colocado em “A Guerra do Céu”, por Davi Kopenawa, como o lugar em sonho onde as crianças indígenas brincavam. Tudo dos quais o artista resignificou por meio de uma imagem de floresta verde e densa, sutilmente manipulada.  Já o vídeo “Escuto Mata” (2021), carrega uma crítica à exploração desenfreada das florestas brasileiras por meio de uma narrativa poética de construção dos sons que vêm das matas, durante o nascer do sol e o ocaso.

  • Caio Reisewitz

    Escuto Mata2021

    Vídeo; analógico e digital, som stereo, 4K Match Frame Rate
    Video; analogue and digital, stereo sound, 4k Match Frame Rate

    Duração | Duration 01'03"

    Ed 2/5

  • Rochelle Costi

    1961, Caxias do Sul, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

    O vídeo “Há Casas” (2018) traz um compilado de imagens da Procissão de Círio de Nazaré, de 2017. O evento, que acontece em Belém (PA), reúne fieis carregando seus ex-votos e miniaturas de casas, cada qual representando o desejo por moradia. As imagens são intercaladas com outras de casas reais de moradores da cidade de Jordão (AC). A narrativa traça paralelos entre a realidade e a projeção do sonho da casa própria, ao passo que evidencia as características construtivas típicas da região amazônica. Ao final, posiciona a própria artista em sua residência atual em São Paulo, além de regatar ambiente da casa onde nasceu, em Caxias do Sul (RS), ambos espaços de afeto de Rochelle. A fotografia “Casa no Céu” (2008) também compõe o cenário do vídeo.

  • Rochelle Costi

    Há Casas, 2018

    Video

    Duração | Duration: 03'

    Ed 1/3

     

  • Pablo Lobato

    1976 Bom Despacho, Minas Gerais, Brasil. Vive e trabalha em Belo Horizonte, Brasil

    A pesquisa de Pablo Lobato opera de acordo com cada material e contexto, fazendo com que a articulação de seus trabalhos esteja preocupada com o despertar sensorial. Em “Ah” (2021), o artista trabalha os aspectos formais do fio de cobre encapado, atribuindo novos vetores e linhas orgânicas. Na escultura “Paralelas” (2021), uma alongada peça de madeira é posicionada ao lado de uma análoga em bronze. Ao mesmo tempo em que traz o espelhamento das peças, também mostra a disparidade dos materiais. A madeira, orgânica e reagente ao tempo, aqui vem dos chamados “quadrados”, tiras das quais as madeireiras extraem e descartam, provenientes das retificações precisas dos troncos de pinus.  

  • Rafael Carneiro | Em Exposição "Casa Família Deleite"

    1985 São Paulo, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

    As pinturas e desenhos fazem parte de série inédita apresentada atualmente na mostra individual do artista, “Casa Família Deleite”, na Luciana Brito Galeria. Com método orgânico e livre, Rafael Carneiro parte do significado das figuras utilizadas, que são descontextualizadas, articuladas e resignificadas nos trabalhos. O artista apresenta aqui um conjunto diversificado de trabalhos, que procura se esquivar dos rótulos e compromissos formais próprios da pintura para se aproximar justamente do complexo universo de imagens da cultura e imaginário coletivos.