• Luciana Brito Galeria e Isabel Amado Fotografia

  • Vintage

    Fotografia Moderna
  • Ademar Manarini | gaspar gasparian
    geraldo de barros | gertrudes altschul
    marcel giró | paulo pires
    thomaz farkas
  • A Luciana Brito Galeria e Isabel Amado Fotografia apresentam "Vintage", com fotografias de Ademar Manarini, Gaspar Gasparian, Geraldo de Barros, Gertrudes Altschul, Marcel Giró, Paulo Pires e Thomaz Farkas. A mostra faz parte da programação da 5a edição do Arte Circuito Jardim Europa e presta uma homenagem à fotografia moderna, mais precisamente àqueles que conduziram a fotografia brasileira à contemporaneidade, ainda nos anos de 1940 e 50, transformando a prática através da busca por novas formas de representação. O evento conta com a curadoria de Eder Chiodetto e acontece no dia 19 de agosto, Dia Mundial da Fotografia, reunindo oito galerias da região para incentivar a visitação, com vans para fazer o circuito entre as galerias durante todo o dia, de forma gratuita, das 11h às 17h.  
     
    Essa transição da fotografia pictórica tradicional para a moderna, teve como ponto de partida a investigação sobre a nossa identidade a partir de uma estética genuinamente nacional, como nas obras apresentadas de Geraldo de Barros, Paulo Pires, Gaspar Gasparian e Thomaz Farkas. A luz "dura" do sol do meio-dia, o clima árido, o mar e os pescadores compõem alguns dos temas explorados nessa fase. Paulo Pires, inclusive, era um aficionado por investigar novas maneiras de criação de imagens. Tanto que chegou a construir um ampliador analógico a partir do seu vasto conhecimento em engenharia mecânica, criando uma prática própria de solarização das imagens. Isso o possibilitava inverter o negativo e transformar o branco em preto, deslocando o conceito pictórico tradicional da época e contribuindo para uma nova concepção de fotografia.
     
    Já as imagens de Ademar Manarini, Marcel Giró e Gertrudes Altschul, neste caso exemplos da fase moderna, são resultados das experimentações com texturas, sombras, plasticidade dos objetos, solarização dos negativos, sobreposições de imagens etc, que ajudaram a pensar novas possibilidades, deslocando o referencial para a abstração. E por final, a partir de uma representação simbólica, as obras da série "Sobras", de Geraldo de Barros, representam justamente uma combinação entre esses dois momentos. Trata-se da última pesquisa de Geraldo de Barros, onde traz fragmentos de fotografias guardadas ao longo de sua trajetória. Geraldo de Barros inaugurou a fase da fotografia modernista do Brasil, a partir das "Fotoformas", mas também realizou pesquisas a partir dos conceitos figurativos.
  • ademar manarini, 1920, Valinhos, Brasil - 1989, Campinas, Brasil

    "Composição", 1952

    gelatina e prata sobre papel | silver gelatin print

    40 x 30 cm | 15.75 x 11.81 in

    ed vintage

    ademar manarini

    1920, Valinhos, Brasil - 1989, Campinas, Brasil
    Ademar Manarini, nasceu em Valinhos em 1920, onde viveu até 1933, quando mudou-se pra São Paulo. Fotógrafo autodidata, entra para o Foto Cine Clube Bandeirante em 1950, onde passou por quatro fases de trabalho: retratos (portrait), fotografia social (na qual fotografou São Paulo e a periferia da cidade), experimental (fotogramas) e finalmente composições geométricas. Durante esse último período foi convidado para participar do Salão “Ruptura de Arte Concreta”, junto com pintores e escultores liderados por Waldemar Cordeiro. Em 1954, realizou sua primeira exposição individual no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Também participou de inúmeros salões nacionais e internacionais. Apesar da rica atividade na fotografia, Manarini era industrial do ramo de pesca e orquidófilo. No final de sua vida, desenvolveu um trabalho fotográfico de documentação de pesca e orquídeas. Morreu em Campinas em 1989, e no mesmo ano foi nomeado Membro Honorário do Foto Cine Clube Bandeirantes. Suas fotografias constam nos acervos do Itaú Cultural, da Tate Modern de Londres, do Masp – Museu de Arte de São Paulo, e do MoMA – Museu de Arte Moderna de Nova York.
  • Gaspar Gasparian

    1899, São Paulo, Brasil – 1966, São Paulo, Brasil

    Membro do Foto Cineclube Bandeirante, Gasparian tinha uma forma peculiar de trabalhar. Indo um pouco na contra-mão do processo de criação fotográfico na época, ele começou investindo no trabalho em estúdio, com composições de cenários pictóricos de natureza-morta ("table tops") e experimentações com superfícies diversas, como o vidro.  Gasparian exercitava as complexidades da luz e sombra, texturas e formatos. Mais tarde, enveredou-se pelas composições urbanas, principalmente da cidade de São Paulo, chegando até a abstração em algumas imagens.

     

    Gaspar Gasparian, 1899, São Paulo, Brasil – 1966, São Paulo, Brasil

    "Visão Nordestina", c. 1948

    gelatina de prata | silver gelatin

    37,5 x 28 cm | 15.74 x 11.81 in

    ed vintage

  • G A S P A R G A S P A R I A N 'Tropical', 1946 gelatina de prata...
    G A S P A R  G A S P A R I A N
    "Tropical", 1946

    gelatina de prata | silver gelatin

    32 x 29 cm | 12.59 x 11.41 in
  • Geraldo de Barros

    1923, Chavantes, Brasil – 1998, São Paulo, Brasil

    Um dos artistas mais versáteis da arte brasileira, Geraldo de Barros foi um dos articuladores do Movimento Concretista no Brasil, por meio do Grupo Ruptura, membro da Galeria REX e da Cooperativa Unilabor. Seu trabalho como artista sempre esteve envolvido com as pautas sociais, alinhando-se com as transformações políticas e urbanas de sua época. Geraldo de Barros foi sem dúvida um dos precursores na fotografia não figurativa no Brasil, que se fazia principalmente a partir da desconstrução. Elementos efêmeros, a memória, a descontinuidade e a fragmentação, bem como a reordenação dos elementos, fazem parte de seu repertório imagético, que mais tarde passou a incluir também o corte e a colagem. Suas "Fotoformas" até hoje são consideradas um marco na experimentação técnica abstrata na fotografia moderna, já que trabalhava a imagem desde a manipulação do negativo. A teoria da Gestalt pode ser fortemente aplicada em suas composições, que primam pela ordenação visual e harmonia, em detrimento da pictoriedade.

    Geraldo de Barros, 1923, Chavantes, Brasil – 1998, São Paulo, Brasil

    “No mar”, Itanhaém, 1947/2014

    fotografia em papel de gelatina/photograph on gelatin/silver paper

    24 x 38,2 cm | 9.45 x 15.04 in

    ed 1/15

  • G E R A L D O D E B A R R O S Sem título | Untitled, 1949/2014...
    G E R A L D O  D E  B A R R O S
    Sem título | Untitled, 1949/2014

    gelatina de prata sobre papel de fibra | silver gelatin print on fiber paper

    30 x 39,9 cm | 11.81 x 15.70 in

    ed 4/15
  • G E R A L D O D E B A R R O S “Fotoforma”, São Paulo, Brasil, 1949/2014...
    G E R A L D O  D E  B A R R O S
    “Fotoforma”, São Paulo, Brasil, 1949/2014

    gelatina de prata sobre papel de fibra | silver gelatin print on fiber paper

     30 x 39,9 cm | 10.82 x 11.61 in

    ed P.A.
  • G E R A L D O D E B A R R O S Sem título, Atibaia, Brasil, 1947/2007...
    G E R A L D O  D E  B A R R O S
    Sem título, Atibaia, Brasil, 1947/2007

    gelatina de prata sobre papel fibra | silver gelatin print on fiber paper

    40 x 30 cm | 15.75 x 11.81 in
    ed 4/15
  • Gertrudes Altschul

    1904, Berlim, Alemanha - 1962, São Paulo, Brasil

    Uma das poucas mulheres da fotografia moderna no Brasil, Gertrudes Altschul migrou para o Brasil em 1939 em decorrência da perseguição nazista da 2a Guerra Mundial, e em 1950 já frequentava o Foto Cineclube Bandeirante. Juntamente com o marido, era proprietária de uma loja de ornamentos para chapéu no centro da cidade de São Paulo, onde a artista via nos arranjos florais que vendiam, naturais ou artificiais, os objetos perfeitos para seus experimentos com fotografia. Trabalhava ainda outros elementos da vida doméstica, com os quais fazia cenários (table-tops) para fotografar. Com um agudo rigor estético, Gertrudes também experimentava com os negativos, criando elementos geométricos e sobreposições, que faziam alusão às colagens. Gertrudes compõe o hall de poucos artistas dessa época que fazem parte da coleção do MoMA - Museum of Modern Art-NY desde 2016.  Em 2021, O MASP - Museu de Arte de São Paulo, realizou a exposição “Filigrana” um grande mostra individual da artista.

    Gertrudes Altschul, 1904, Berlim, Alemanha - 1962, São Paulo, Brasil

    Sem título | Untitled, c. 1950

    gelatina e prata sobre papel | silver gelatin on paper

    38 x 28,5 cm | 14.96 x 11.22 in

    ed vintage

  • G E R T R U D E S A L T S C H U L 'Linhas e Tons',...
    G E R T R U D E S  A L T S C H U L
    "Linhas e Tons", c. 1950/2015

    c-print

    24 x 18 cm | 9.45 x 7.09 in

    ed 1/15
  • Marcel Giró

    1912, Badalona, Espanha - 2011, Barcelona, Espanha

    Também membro do Foto Cine Clube Bandeirante, o catalão Marcel Giró via a fotografia como um exercício para o olhar. Explorou intensamente as possibilidades das texturas e formatos dos elementos da natureza, além da ambiguidade existente entre a imagem figurativa e a abstração, geralmente advinda das cenas comuns. Giró soube como poucos extrair o melhor da plasticidade das linhas, luzes e sombras, contornos e encaixes da arquitetura das grandes cidades.

    Marcel Giró, 1912, Badalona, Espanha - 2011, Barcelona, Espanha

    "Lama", 1952

    gelatina e prata sobre papel | silver gelatin print

    35 x 29 cm | 13.78 x 11.42 in

    ed vintage

  • M A R C E L G I R Ó 'Lembranças', c. 1950 gelatina e prata sobre papel | gelatin...
    M A R C E L  G I R Ó
    "Lembranças", c. 1950

    gelatina e prata sobre papel | gelatin silver print

    40 x 30 cm | 15.74 x 11.81 in

    ed vintage
  • M A R C E L G I R Ó 'Transeunte', c. 1950 gelatina e prata sobre papel | gelatin...
    M A R C E L  G I R Ó
    "Transeunte", c. 1950

    gelatina e prata sobre papel | gelatin silver print

    40 x 30 cm | 15.74 x 11.81 in
    ed vintage

  • Mesmo cada um trazendo uma especificidade dentro da fotografia moderna brasileira, os artistas escolhidos para essa mostra têm em comum a busca por um aperfeiçoamento não apenas técnico, mas também representativo, de maneira a escapar do tradicionalismo e renovar os conceitos da fotografia no contexto brasileiro

  • Paulo Pires

    1928, Franca, Brasil - 2015, São Carlos, Brasil

    Paulo Pires, era um aficionado por investigar novas maneiras de se criar imagens, constrói com as próprias mãos um ampliador analógico, a partir do seu vasto conhecimento em engenharia mecânica, assim inventou uma técnica própria de solarização das imagens, que inverte o negativo em positivo, transforma o branco em preto, no quarto escuro do laboratório analógico o facho de luz que incide sobre ocorre a magia da fotografia. Assim, Paulo amplia o fazer fotográfico, ao observar para além da paisagem, ao buscar o que há entre o claro e o escuro de forma direta, indo ao limite do contraste. Dessa forma, desloca o conceito pictórico tradicional de fotografia do final dos anos de 1940. Ao investir na experimentação, não havia a pretensão de se criar uma nova vertente da produção fotográfica, mas ao longo dos anos e observando a produção imagética a partir desse período, identifica-se sim um caminho para numa nova concepção da fotografia brasileira.

     

    Paulo Pires, 1928, Franca, Brasil - 2015, São Carlos, Brasil
    "Homens do Mar", 1967
    gelatina e prata sobre papel | silver gelatin print
    22,5 x 39 cm | 8.86 x 15.35 in
    ed vintage
  • P A U L O P I R E S 'Crendices', 1962 gelatina e prata sobre papel | gelatin silver...
    P A U L O  P I R E S
    "Crendices", 1962

    gelatina e prata sobre papel | gelatin silver print

    40 x 29,5 cm | 15.75 x 11.42 in

    ed vintage
  • P A U L O P I R E S “Pateo de Manobras”, 1961/2015 pigmento mineral sobre papel de algodão...
    P A U L O  P I R E S
    “Pateo de Manobras”, 1961/2015

    pigmento mineral sobre papel de algodão | mineral pigment on cotton paper

    30 x 40 cm | 5.9 x 7.87 in
    ed 4/15
  • THOMAZ FARKAS, 1924, Budapeste, Hungria – 2011, São Paulo, SP

    “Pescador em Guaratiba, Rio de Janeiro", 1940

    gelatina de prata | silver gelatin

    39 x 29,5 cm | 15.35 x 11.61 in

    ed vintage

    THOMAZ FARKAS

    1924, Budapeste, Hungria – 2011, São Paulo, SP

    Protagonista da primeira exposição de fotografia do MASP, Farkas foi o fundador da antiga Fotóptica e é até hoje uma das grandes referências em fotografia no Brasil. Ao mesmo tempo em que não escondia sua preferência pela fotografia documental e pelo fotojornalismo, ele sabia da importância de um processo mais intuitivo e experimental. Além de trabalhar intensamente o jogo de luz e sombra, em suas obras pode-se ainda identificar aspectos construtivistas, com cortes e ângulos que compunham imagens equilibradas e ordenadas de linhas geométricas. Farkas também foi membro do antigo Foto Cineclube Bandeirante, um dos mais atuantes na época.

  • T H O M A Z F A R K A S Sem título | Untitled, 1940 gelatina de prata...
    T H O M A Z  F A R K A S
    Sem título | Untitled, 1940

    gelatina de prata | silver gelatin

    30 x 24,5 cm | 11.81 x 9.64 in

    ed vintage
  • T H O M A Z F A R K A S “Fachada Interior do Edifício São Borja, Rio de...
    T H O M A Z  F A R K A S
    “Fachada Interior do Edifício São Borja, Rio de Janeiro” , 1945 / 2013

    gelatina de prata | silver gelatin

    45 x 45 cm | 17.71 x 17.71 in

    ed /17
  • T H O M A Z F A R K A S “Fachada do Ministério da Educação e Saúde, Rio...
    T H O M A Z  F A R K A S
    “Fachada do Ministério da Educação e Saúde, Rio de Janeiro”, 1947

    gelatina de prata | silver gelatin

    36 x 56 cm | 14.17 x 22.04 in

    ed 1/17