• Caio Reisewitz

    Mundo do Meio
  • mundo do meio

    Laymert Garcia dos Santos
    O grande matemático francês René Thom observou, certa vez, que “a parte da realidade que pode ser entendida de um modo racional é muito limitada; o resto da realidade, só podemos conhecer através de um ressoar empático com ela.”
     
    O comentário merece ser lembrado porque esta exposição se inscreve nesse “resto de realidade”. Com efeito, aqui, a arte de Caio Reisewitz consiste precisamente em trazer para o campo do visível um mundo que, de hábito, permanece envolto em mistério: o Mundo do Meio, onde tudo acontece nos interstícios, nos intervalos, no entremeio, no entre camadas das colagens. Nem cá nem lá, mas cá e lá de um alhures que se manifesta aqui e agora, o Mundo do Meio se mostra como zona de encontro, de dissolução de oposições, de continuidade inédita dos díspares, de disparação e ressonância. E... e..., em vez de ou... ou...
     
    O trabalho de Reisewitz se caracterizava, acima de tudo, pela busca da experiência máxima da alta definição na fotografia de paisagens e arquiteturas. Nos últimos anos as imagens começaram a entremear espaços da natureza com espaços construídos pelo homem – o dentro e o fora se insinuaram uns nos outros, dando lugar à “linguagem da arquitetura da paisagem”, segundo expressão empregada por Francis Alÿs. Agora, o artista dá um salto, levando o espectador a experimentar o Mundo do Meio, onde a superfície se abre para o insondável, onde a forma (re)conhecida cede à figuração quase-abstrata de uma outra cena.
     
    O Mundo do Meio é o da realidade das imagens espectrais. Sabemos que um espectro é uma visão; mas, também a expressão das amplitudes ou intensidades – o que geralmente traduz-se por energia – das reverberações de um sistema, quando discriminadas umas das outras em função de suas respectivas frequências.
     

    Nem ordinário, nem sobrenatural, o Mundo do Meio pertence ao mundo da realidade ampliada.

  • C A I O R E I S E W I T Z “Arapehy”, 2023 impressão jato de tinta em...
     
    C A I O  R E I S E W I T Z
    “Arapehy”, 2023
    impressão jato de tinta em metacrilato
    ink jet print on Diasec
    207 x 150 cm
    81.5 x 59.05 in

    Ed 1/5

  • C A I O R E I S E W I T Z “Papudahú”, 2023 impressão jato de tinta em...
     
    C A I O  R E I S E W I T Z
    “Papudahú”, 2023
    impressão jato de tinta em metacrilato
    ink jet print on Diasec
    150 x 300 cm
    59.05 x 118.11 in

    Ed 1/5

  • C A I O R E I S E W I T Z “Taguatinga”, 2023 impressão jato de tinta em...
     
    C A I O  R E I S E W I T Z
    “Taguatinga”, 2023
    impressão jato de tinta em metacrilato
    ink jet print on Diasec
    150 x 200 cm
    59.05 x 78.74 in

    Ed 1/5

  • C A I O R E I S E W I T Z “Janahy”, 2023 impressão jato de tinta em...
     
    C A I O  R E I S E W I T Z
    “Janahy”, 2023
    impressão jato de tinta em metacrilato
    ink jet print on Diasec
    207 x 150 cm
    81.5 x 59.05 in

    Ed 1/5

  • C A I O R E I S E W I T Z “Jaguaratema”, 2023 impressão jato de tinta em...
     
    C A I O  R E I S E W I T Z
    “Jaguaratema”, 2023
    impressão jato de tinta em metacrilato
    ink jet print on Diasec
    207 x 150 cm
    81.5 x 59.05 in

    Ed 1/5

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  • C A I O R E I S E W I T Z “Mundo do Meio”, 2023 impressão UV autoadesiva...
     
    C A I O  R E I S E W I T Z
    “Mundo do Meio”, 2023

    impressão UV autoadesiva

    UV print

    dimensões variáveis
    variable dimensions
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    • Caio Reisewitz Anapú, 2018 c-print em metacrilato c-print on Diasec 180 x 135 cm 70.86 x 53.14 in Ed 1/5
      Caio Reisewitz
      Anapú, 2018
      c-print em metacrilato
      c-print on Diasec
      180 x 135 cm
      70.86 x 53.14 in
      Ed 1/5
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    • Caio Reisewitz Cutuá, 2018 c-print em metacrilato c-print on Diasec 180 x 135 cm 70.86 x 53.14 in Ed 1/5
      Caio Reisewitz
      Cutuá, 2018
      c-print em metacrilato
      c-print on Diasec
      180 x 135 cm
      70.86 x 53.14 in
      Ed 1/5
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    Video: Matheus Marchetti e João Paulo Belentani (@cinereviva)

  • Ateliê de Caio Reisewitz
  • Caio Reisewitz

    1967. São Paulo, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.
    A pesquisa de Caio Reisewitz traz a fotografia como suporte principal. Através do refinamento técnico e temático, sua obra apresenta um interesse pela ação do homem e seus efeitos sociais e políticos, seja no espaço natural, seja no espaço arquitetônico. Enquanto sua técnica fotográfica exalta a dramaticidade entre formas, cores e texturas, sua poética artística constrói um repertório estético quase onírico. Esses aspectos estabelecem um diálogo dicotômico entre o real (aquele característico do registro fotográfico) e o quimérico (nossos próprios repertórios).
     
    Formado em artes plásticas pela Universidade de Mainz (Alemanha), Caio Reisewitz tem especialização em poéticas visuais e mestrado pela Universidade de São Paulo. Dentre as bienais que participou estão a 23a Bienal de Sydney, Austrália (2022), Bienal de Artes de Nice, França (2022), Nanjing Biennale (2010), na China, a 26ª Bienal de São Paulo (2004) e 51ª Biennale di Venezia (2005). Também já teve seu trabalho apresentado no MUSAC – Museo de Arte Contemporáneo de Castilla e León (2010, Espanha); Instituto Moreira Salles Rio de Janeiro e São Paulo (2010, Brasil); Ella Fontanals-Cisneros Collection Miami (2005, 2010, EUA); ICP – International Center of Photography, Nova York (2014, EUA); Maison Europeénne de la Photographie, Paris (2015, França); Pinacoteca do Estado de São Paulo (2017, Brasil), além de Photo Xangai (2019, China). Em 2020, lançou o livro “Altamira”, a partir de coleção homônima adquirida pela Pinacoteca do Estado de São Paulo (Brasil). Sua obra pode ser encontrada em acervos como Cisneros Fontanals Art Foundation (EUA); Fundación ARCO Madrid (Espanha); Collezione Fondazione Guastalla (Itália); Fond National d'Art Contemporain (França); MUSAC (Espanha); MAM - Museu de Arte Moderna de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador (Brasil); Musée Malraux (França), Pinacoteca do Estado de São Paulo, entre outros.