“Uma grande exposição de pinturas pequenas. Uma pequena exposição de pinturas grandes.
Uma estante que vai do chão ao teto com pequenas esculturas (...) Montagem sistemática, mi-
nimizando subjetividade, provocando combinações impensadas.” (Oswaldo Corrêa da Costa).
A montagem da exposição “Cadê o Abre Alas?” foi inspirada pela ideia da “Morte do Autor”1,
de Roland Barthes, onde este defende que o autor deve desaparecer no momento em que nas-
ce o leitor (ou espectador, no caso), pois é a partir das reflexões desse último que novas ideias
surgem. Aqui, essa ideia pode ser entendida como um apagamento do rastro do curador, ou a
diminuição radical de seu protagonismo, parte da crítica contemporânea à autoridade do “ho-
mem branco ocidental”.
Para por essa ideia em prática, a proposta curatorial pretende dividir as pequenas pinturas em
três grupos, ou “enxames”, compostos de telas do mesmo tamanho. Dentro de cada enxame,
o ordenamento nas paredes será por degradês que vão do mais claro ao mais escuro, ou vice
versa. Transferir a responsabilidade para critérios mais objetivos aumenta o enfoque sobre a
cromaticidade dos trabalhos e gera um ordenamento coletivo, ao mesmo tempo em que cada
obra continua se sustentando individualmente.
