Gabriela Machado | Cadê o Abre Alas?

Luciana Brito Galeria, São Paulo, 2024
28 Março 2024

“Uma grande exposição de pinturas pequenas. Uma pequena exposição de pinturas grandes.

Uma estante que vai do chão ao teto com pequenas esculturas (...) Montagem sistemática, mi-
nimizando subjetividade, provocando combinações impensadas.” (Oswaldo Corrêa da Costa).

A montagem da exposição “Cadê o Abre Alas?” foi inspirada pela ideia da “Morte do Autor”1,

de Roland Barthes, onde este defende que o autor deve desaparecer no momento em que nas-
ce o leitor (ou espectador, no caso), pois é a partir das reflexões desse último que novas ideias

surgem. Aqui, essa ideia pode ser entendida como um apagamento do rastro do curador, ou a

diminuição radical de seu protagonismo, parte da crítica contemporânea à autoridade do “ho-
mem branco ocidental”.

Para por essa ideia em prática, a proposta curatorial pretende dividir as pequenas pinturas em
três grupos, ou “enxames”, compostos de telas do mesmo tamanho. Dentro de cada enxame,
o ordenamento nas paredes será por degradês que vão do mais claro ao mais escuro, ou vice
versa. Transferir a responsabilidade para critérios mais objetivos aumenta o enfoque sobre a
cromaticidade dos trabalhos e gera um ordenamento coletivo, ao mesmo tempo em que cada
obra continua se sustentando individualmente.