Rochelle Costi | A casa como laboratório

Luciana Brito Galeria, São Paulo, 2025
8 Julho 2025
O trabalho de Rochelle Costi nos abre para a poesia do banal e do corriqueiro, que deslumbra nossa existência. Não quer saber dos grandes acontecimentos, mas daquilo que constitui o tecido real de nossas vidas, a beleza transformadora das pequenas coisas do cotidiano. Rochelle Costi foi, nesse sentido, uma artista do infraordinário. Ao longo de sua carreira, evitou temas espetaculares ou cenários grandiloquentes, preferindo explorar o comum, o que nossos olhos sempre veem, mas nem sempre enxergam, como a singeleza dos quartos, móveis, armários, objetos comuns, cantos esquecidos, pequenos insetos, paredes, padrões, texturas, artigos baratos e até barracas de feira. Para a curadora Alexia Tala, a mostra A casa como laboratório não deve ser vista apenas como uma exposição homenagem a uma artista excepcional, mas como um convite para habitar o mundo com outra intensidade — a mesma com a qual Rochelle habitou este mundo”.
 
A própria casa da artista refletia a essência de seu olhar, que assimilava tudo a partir de uma perspectiva de dentro para fora. Sua casa, dessa forma, surgia como um cenário privilegiado, não apenas como um refúgio, mas como um laboratório de descobertas e geografia íntima, onde os afetos, as tensões e as memórias tomavam forma. Assim, como um verdadeiro gabinete de curiosidades, a mostra A casa como laboratório transforma o espaço do pavilhão da Luciana Brito Galeria em um resgate da própria casa da artista, reunindo algumas de suas obras mais simbólicas.