Luciana Brito - NY Project | Reflector
Passadas exhibition
Apresentação
A fim de aproximar o público nova-iorquino da faceta mais jovem e experimental de seu programa, a Luciana Brito – NY Project tem o prazer de anunciar a abertura de sua terceira exposição, “Refletor”, que acontece no dia 06 de março de 2018, em meio à agitada Armory Week. A coletiva estabelece um diálogo entre três jovens paulistanos representados pela Galeria – Pedro Caetano (n. 1979), Rafael Carneiro (n. 1985) e Tiago Tebet (n. 1986) – e artistas da mesma geração sediados em Nova York: o brasileiro Gustavo Prado (n. 1981, São Paulo), a norte-americana Nicole Wittenberg (n. 1979, São Francisco), o israelense Guy Yanai (n. 1977) e mexicano G.T. Pellizzi (n. 1978).
A exposição é composta principalmente por pinturas, linguagem para a qual a luz desempenha um papel essencial, e por pesquisas escultóricas e instalativas que lançam mão de elementos ópticos e luminosos como espelhos e lâmpadas. Dessa característica em comum, que estabelece um fio condutor entre práticas tão distintas como as de Rafael Carneiro e Gustavo Prado, por exemplo, adveio o título da mostra. Ademais, ao criar um diálogo entre artistas que vivem e trabalham em São Paulo e em Nova York, a Galeria pretende propor uma espécie de espelhamento entre as cidades de suas duas sedes, promovendo encontros entre produções oriundas de dois locais tão distantes entre si, geográfica e culturalmente.
Os paulistanos Pedro Caetano, Rafael Carneiro e Tiago Tebet participam da exposição com pinturas sobre tela e obras em papel. Os três artistas têm em comum o desenvolvimento de pesquisas voltadas a questões do próprio fazer pictórico e ao esgarçamento dos limites de uma linguagem carregada de peso histórico. A norte-americana Nicole Wittenberg, que ocupa uma das antigas geladeiras industriais no subsolo da Galeria, realiza pinturas exclusivamente figurativas de cunho erótico sexual, criadas a partir de uma combinação entre imagens pré-existentes e modelos convidados ao estúdio, em referência ao extensivo imaginário sexual da história da arte.
O israelense Guy Yanai transita entre a pintura e o tridimensional, compondo ambientes instalativos em que suas telas – em geral ocupadas por imagens de arquiteturas, paisagens e naturezas mortas de forte influência pop – são integradas a plantas e peças de mobiliário, trazendo para fora das pinturas os ambientes que são nelas representados. A pesquisa de G.T. Pellizzi, por sua vez, também se situa em um espaço entre mídias que tem como principal assunto a cor. Em “Refletor”, o artista exibe uma série recente de pinturas sobre madeira, além de esculturas luminosas, nas quais utiliza elementos de construção civil para criar efeitos no espaço que dialogam tanto com as formas e cores de movimentos como Suprematismo e Concretismo, quanto com a forte tradição americana de light art.
Por fim, Gustavo Prado participa da exposição com instalações realizadas a partir de espelhos e outras peças de maquinário industrial, deslocando objetos utilitários para o campo artístico para a criação de obras que se apropriam, de forma contemporânea, de escolas como light art, arte óptica e arte cinética. Dentre as peças expostas, destaca-se um site-specific produzido pelo artista em uma das geladeiras industriais do subsolo, em que cria um ambiente imersivo com espelhos e cadeiras do designer Sergio Rodrigues (1927-2014).
Conforme a proposta do projeto Luciana Brito – NY Project / Espasso Annex – estabelecido em parceria com Carlos Junqueira a fim de explorar as convergências entre design e arte a partir da perspectiva brasileira – a exposição inclui também peças de design contemporâneas assinadas por nomes como Claudia Moreira Salles, Isay Weinfeld e Rodrigo Ohtake. Desta vez, acompanhando o espírito experimental das investigações artísticas apresentadas, a expografia das obras de design será arranjada de forma a transgredir seu caráter utilitário-funcional. Estratégias distintas como acumulação e deslocamento de espaços e usos tradicionais (um dos ambientes da mostra, por exemplo, é criado a partir de uma montanha de cadeiras desenhadas por Carlos Motta) permitem à curadoria trazer para o primeiro plano o valor dessas peças enquanto objetos estéticos oriundos de extensiva pesquisa formal.
Sobre a Luciana Brito Galeria
Fundada em 1997 com o intuito de difundir globalmente a produção brasileira e de que divulgar, no Brasil, o trabalho de artistas de relevância mundial, a Luciana Brito Galeria já nasceu como um projeto de vocação internacional e intergeracional. Constituída como um espaço aberto ao diálogo, inclui entre suas representações espólios de nomes essenciais do Concretismo nacional, como Waldemar Cordeiro e Geraldo de Barros; artistas estabelecidos e renomados mundialmente, dentre os quais encontram-se Regina Silveira, Marina Abramović, Caio Reisewitz e Héctor Zamora; e jovens que começaram a produzir a partir do século 21, como Tiago Tebet. Em abril de 2016, após quinze anos na Vila Olímpia, a Luciana Brito Galeria se transferiu para uma residência modernista projetada por Rino Levi com paisagismo de Burle Marx, no Jardim Europa. Com a troca de endereço, a galeria dá início a um projeto em que a herança arquitetônica modernista e questões urbanísticas integram-se à produção visual contemporânea, em busca de novas formas de perceber e mostrar arte.
Sobre a Luciana Brito – NY Project / Espasso Annex
Luciana Brito - NY Project / Espasso Annex é uma colaboração original entre Luciana Brito e Carlos Junqueira estabelecida em 2017 a fim de explorar a convergência entre design e arte a partir da perspectiva brasileira. Esta colaboração se propõe a apresentar exposições em que a curadoria da Luciana Brito – NY Project será realizada em diálogo com peças raras de mobiliário brasileiro, vintage e de edição limitada, trazidos pelo Espasso Annex. As galerias preveem a realização de três exposições entre setembro de 2017 e junho de 2018.
Installation Views