SP-Arte 2022

6 - 10 April 2022
  • 06 de abril - 10 de abril
  • Para a edição da SP-Arte 2022, a Luciana Brito Galeria apresenta um conjunto de obras que reflete a potência das pesquisas de seus artistas representados, com destaque para instalações do argentino Leandro Erlich (1973, Argentina) e de Regina Silveira (1939, Brasil). Ambas ocupam o espaço central do estande da galeria, em diálogo com obras de Bosco Sodi (1970, México), Caio Reisewitz (1967, Brasil), Iván Navarro (1972, Chile), Hector Zamora (1974, México), Rafael Carneiro (1985, Brasil), Rochelle Costi (1961, Brasil) e Tiago Tebet (1986, Brasil). Na ocasião, a galeria também anuncia três novas representações: Fernando e Humberto Campana (1953 e 1961, Brasil), do Estúdio Campana, Afonso Tostes (1965, Brasil) e Jorge Pardo (1963, Cuba).

     

    A obra “Cloud – America del Sur” (2018) é uma das produções mais enigmáticas de Leandro Erlich, onde uma nuvem é representada através da ilusão provocada pela interposição de doze painéis de vidro ultra transparente impressos com tinta cerâmica. O universo lúdico e intangível geralmente associado às nuvens é reproduzido pelo artista, que a entende como uma beleza delicada da natureza, símbolo de resistência contra os impactos sofridos pelo meio-ambiente. Outro destaque é a instalação “Touch” (2021), de Regina Silveira, com mãos agigantadas na parede principal do estande, acompanhada de uma série de pratos em porcelanas que trazem as mãos em tamanho real. A obra chama a atenção para o que está fora de escala e instiga a percepção do público. Leandro Erlich tem sido destaque no Brasil com a mostra “A Tensão”, em itinerância e atualmente no CCBB-SP, enquanto Regina Silveira segue com a primeira retrospectiva de sua carreira no MAC-USP.

  • AFONSO TOSTES | AUGUSTO DE CAMPOS | BOSCO SODI

     

    CAIO REISEWITZ | FERNANDO ZARIF | GERALDO DE BARROS

     

    HÉCTOR ZAMORA | IVÁN NAVARRO | LEANDRO ERLICH

     

    LILIANA PORTER | PABLO LOBATO | RAFAEL CARNEIRO

     

    REGINA SILVEIRA | ROCHELLE COSTI | Tiago Tebet

  • Afonso Tostes

    1965, Belo Horizonte, Brasil. Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil

    A matéria e sua estrutura, formas de conexão, fixação e sustentação são conceitos que atraem o interesse de Afonso Tostes. E foi a partir dos anos 2000, que o artista inicia a pesquisa que passa a nortear seu trabalho: a tridimensionalidade e sua representação no espaço. Trata-se de uma evolução coerente desde o começo de sua carreira, a qual já estudava as formas estruturais orgânicas no desenho e na pintura. Conhecido por suas grandes instalações, Tostes resgata as histórias preliminares dos materiais, principalmente a madeira, expõe e transforma suas narrativas, de acordo com uma sensível reconstrução no espaço expositivo, ou mesmo com a resignificação de objetos menores já existentes, como ferramentas e utensílios de trabalho.

  • BOSCO SODI

    1970, Cidade do México, México. Vive e trabalha entre Nova York, EUA, e Cidade do México

    A pesquisa de Bosco Sodi prima pela simplicidade de materiais de origem natural, como pigmentos, serragem, fibras, madeira, terra etc. A combinação desses elementos com a gestualidade de sua produção proporcionam um caráter excepcional a cada obra, além de atribuir uma conexão especial entre ele e sua prática de criação, que transcende o conceitual. Atualmente, e cada vez mais, sua produção utiliza técnicas antigas que, além de estabelecerem uma relação direta com o discurso etnobotânico, resgatam sua ancestralidade nativo-latino-americana. Bosco Sodi também associa essas técnicas a processos tradicionais e contemporâneos, dialogando com os movimentos land art e “informalismo”.

  • Caio Reisewitz

    1967, São Paulo. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

    A pesquisa de Caio Reisewitz traz a fotografia como suporte principal. Através do refinamento técnico e temático, sua obra apresenta um interesse pela ação do homem e seus efeitos sociais e políticos, seja no espaço natural, seja no espaço arquitetônico. Enquanto sua técnica fotográfica exalta a dramaticidade entre formas, cores e texturas, sua poética artística constrói um repertório estético quase onírico. Esses aspectos estabelecem um diálogo dicotômico entre o real (aquele característico do registro fotográfico) e o quimérico (nossos próprios repertórios).

  • Fernando Zarif

    1960-2010, São Paulo, Brasil.

    Visionário e incessante questionador, Fernando Zarif é autor de uma vasta produção, na qual estabeleceu uma linguagem autêntica e independente dos preceitos culturais de sua época, associando-se a expressões de vanguarda, como performances e videoinstalações. Fernando Zarif é considerado uma das figuras mais emblemáticas da geração paulistana da década de 1980. A partir dos anos 1990, o artista passou a incorporar, em sua pesquisa, a apropriação de objetos diversos, mantendo ou não a integridade de seus materiais, mas sempre ressignificando-os. Além da escultura, do vídeo e da performance, o artista explorou outros suportes artísticos, como a escrita, o desenho, a pintura e a música.

    • Fernando Zarif Sem título, s.d. cobre | cooper 64 x 44 x 15 cm | 25.20 x 17.32 x 5.90 in
      Fernando Zarif
      Sem título, s.d.
      cobre | cooper
      64 x 44 x 15 cm | 25.20 x 17.32 x 5.90 in
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    • Fernando Zarif Sem título, s.d. cobre | cooper 70 x 25 x 5 cm | 27.56 x 9.84 x 1.97 in
      Fernando Zarif
      Sem título, s.d.
      cobre | cooper
      70 x 25 x 5 cm | 27.56 x 9.84 x 1.97 in
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  • Geraldo de Barros

    1923, Chavantes, SP – 1998, São Paulo, Brasil.

    Geraldo de Barros é um dos principais nomes da arte brasileira do século XX. Combinando seus primeiros estudos sobre pintura e um interesse posterior em fotografia, ele trabalhou os limites dos processos fotográficos tradicionais, questionando as regras clássicas de composição. Além da preocupação formal, vista claramente no concretismo brasileiro, do qual Geraldo de Barros participou intensamente, ele conseguiu fundi-la com suas preocupações sociais, o que o levou a abordar os processos industriais em seu trabalho, lidando coerentemente com as construções geométricas, reprodutibilidade, socialização da arte, teoria da forma e design industrial.

  • HÉCTOR ZAMORA

    1974, Cidade do México, México. Vive e trabalha na Cidade do México.

    Héctor Zamora é mais conhecido por sua pesquisa, que envolve espaços públicos e o ambiente construído. Em suas obras, o artista reinventa e redefine os espaços convencionais, sejam expositivos ou não, gerando ruídos entre os significados de público e privado, exterior e interior, real e imaginário. Se, por um lado, a obra de Héctor Zamora lida com a herança estética e formal do concretismo e outras vanguardas latino-americanas, por outro, problematiza questões sociais e políticas relacionadas ao trabalho numa sociedade de consumo e à subversão de arquiteturas, da cidade, da história.

  • IVÁN NAVARRO

    1972, Santiago, Chile. Vive e trabalha em Nova York, EUA.

    As obras de Iván Navarro atraem o público a partir da combinação de elementos que questionam nossa percepção. Por um lado, sob um ponto de vista formalista, seus trabalhos são cuidadosamente construídos, trazendo a luz como seu suporte principal. Luz que provoca os sentidos, ao mesmo tempo em que suscita um encantamento no espectador. A produção de Iván Navarro também é imbuída de conotações políticas, que são comunicadas ao público por inúmeras estratégias, como visto nos títulos de seus trabalhos, no cuidadoso uso da cor, na utilização de anagramas ou na apropriação e desconstrução de símbolos que representam ideologias e poder institucionalizado.

    • Iván Navarro Eclipse (Yellow to Red), 2022 LED, cronômetro, alumínio, espelho, espelho unidirecional, eletricidade LED, timer, aluminum, mirror, one-way mirror and electric energy 50,8 (diâmetro) x 3,81 cm | 20 in (diameter) x 1.5 in P.A. 1/1
      Iván Navarro
      Eclipse (Yellow to Red), 2022
      LED, cronômetro, alumínio, espelho, espelho unidirecional, eletricidade
      LED, timer, aluminum, mirror, one-way mirror and electric energy
      50,8 (diâmetro) x 3,81 cm | 20 in (diameter) x 1.5 in
      P.A. 1/1
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  • LEANDRO ERLICH

    Buenos Aires, Argentina, 1973. Vive e trabalha em Buenos Aires, Argentina.

    O trabalho de Leandro Erlich explora os artifícios da visualidade, através de jogos de percepção e sentidos. A arquitetura do cotidiano é um tema recorrente em sua obra, com a qual cria paradoxos entre o que acreditamos e o que vemos, com situações de mistério e interrogação. Essa transgressão de limites provoca uma instabilidade não só das crenças absolutas, mas também dos limites da própria arte e das instituições legitimadoras. Por meio de instalações, esculturas, fotografias e vídeos, o artista simula situações, de maneira a desarticular nossa experiência cotidiana e nosso entendimento do comum.

  • Liliana Porter

    1941, Buenos Aires, Argentina. Vive e trabalha em Nova York, EUA

    Por meio de referências da cultura popular e da memória coletiva, Liliana Porter se utiliza de artifícios que beiram o fantástico para compor trabalhos que subvertem as convenções impostas pelo cotidiano e pela própria arte, criando situações ambíguas e controversas, chamadas “vinhetas teatrais”. Através de uma coleção particular de imagens e pequenos objetos, a artista trabalha diferentes suportes, desde fotografia, vídeos e instalações, para nos colocar diante de narrativas alegóricas e distorcidas da realidade e do tempo.

  • PABLO LOBATO

    1976, Bom Despacho, MG. Vive e trabalha em Belo Horizonte, Brasil.

    A pesquisa de Pablo Lobato não se restringe a uma linguagem ou meio, operando de maneira colaborativa com cada material, situação ou contexto dado. Dessa forma, a articulação de seus trabalhos está mais voltada ao despertar sensorial que em qualquer regra de controle. Sua formação em artes, cinema e fotografia coloca-o numa posição híbrida de experimentação das potencialidades do “fazer ver”, promovendo relações sensíveis entre aspectos da pintura, do desenho, da escultura, da fotografia e do cinema.

  • Rafael Carneiro

    1985, São Paulo, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

    O rigor técnico é uma das principais características do trabalho de Rafael Carneiro que, ao longo dos anos, vem se transformando dentro da pintura. A transcrição das imagens para a tela torna-se, por si só, a principal temática de sua obra, que procura evitar os rótulos e compromissos formais próprios da pintura, para se aproximar justamente do complexo universo de imagens da cultura e do imaginário coletivos. O significado das figuras utilizadas pelo artista dilui-se pela técnica aplicada, que descontextualiza, reconfigura e ressignifica, por meio da quebra de sua integralidade, subtraindo e somando novos elementos, de forma a compor narrativas mais complexas. Para isso, Rafael Carneiro utiliza-se de uma vasta coleção particular de imagens, das quais articula mais livremente diversas formas de composição, por meio de um processo orgânico de criação, que muitas vezes também inclui a música.

    • Rafael Carneiro Tetas, 2022 óleo sobre tela | oil on canvas 100 x 150 cm | 39.37 x 59.05 in
      Rafael Carneiro
      Tetas, 2022
      óleo sobre tela | oil on canvas
      100 x 150 cm | 39.37 x 59.05 in
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    • Rafael Carneiro Muy, 2022 óleo sobre tela | oil on canvas 50 x 70 cm | 19.68 x 27.56 in
      Rafael Carneiro
      Muy, 2022
      óleo sobre tela | oil on canvas
      50 x 70 cm | 19.68 x 27.56 in
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  • Regina Silveira

    1939, Porto Alegre. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

    A pesquisa artística de Regina Silveira questiona as formas ortodoxas e preestabelecidas de representação, levando-a a trabalhar novas possibilidades de significações. Suas obras exploram o espaço arquitetônico e contextual, geralmente causando estranhamento, por meio do deslocamento do comum, ou seja, das nossas referências comuns. Regina Silveira é conhecida por sua pesquisa sobre os princípios da perspectiva, tridimensionalidade e estudo das sombras, que emprega em grandes instalações site specific, recortes em vinil, projeções luminosas, gravuras, bordados, porcelana e vídeos digitais.

  • Rochelle Costi

    1961, Caxias do Sul, RS. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

    Rochelle Costi trabalha a memória afetiva; essa que normalmente levanta a poeira do nosso subconsciente, acionada por um dispositivo: a imagem. Sua pesquisa parte de seu próprio repertório imagético, para então ser formalizada através da técnica apurada da fotografia, vídeos e instalações. O colecionismo e a fotografia não só se complementam, mas também se fundem, levando o espectador a um confronto íntimo com esse universo, que passa a ser comum a todos.

  • Tiago Tebet

    1986, São Paulo, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

    A pintura como linguagem é o principal objeto de pesquisa de Tiago Tebet. Desde muito jovem, vem explorando seus processos e formas de ressignificação, mas sempre interessado também na representatividade da contracultura de algumas práticas populares marginalizadas, como o skate. Associada a uma habilidade técnica impecável, a investigação de Tebet destaca-se ainda pela originalidade com a qual explora as possibilidades e as especificidades da representação na pintura. Sua investigação preocupa-se com os processos de construção e materialidade, como métodos mecânicos e artesanais que usa para atingir resultados mais espontâneos, levando a uma maior variação de linguagens.