ArtRio 2021

8 - 12 September 2021
  • Para essa edição da ArtRio 2021, a Luciana Brito Galeria apresenta um conjunto de trabalhos que reúne o que há de mais relevante nas pesquisas dos artistas representados: Augusto de Campos (1931, São Paulo), Bosco Sodi (1970, México), Caio Reisewitz (1967, São Paulo), Fernando Zarif (1960 - 2010, São Paulo), Geraldo de Barros (1923 - 1998, Xavantes – São Paulo), Hector Zamora (1974, México), Iván Navarro (1972, Chile), Jorge Pardo (1963, Cuba), Leandro Erlich (1973, Buenos Aires), Marina Abramovic (1946, Servia), Pablo Lobato (1976, Bom Despacho), Rafael Carneiro (1985, São Paulo), Rochelle Costi (1961, Caxias do Sul) e Tiago Tebet (1986, São Paulo).  

    As discussões em torno da exploração e devastação das florestas brasileiras tem pautado parte da pesquisa recente de Caio Reisewitz. Obras com sobreposição de imagens que envolvem a mata nativa brasileira reforçam a importância da preservação na natureza. Da mesma forma, a natureza e o misticismo levaram Marina Abramovic a se aprofundar nos estudos do poder desses elementos em terras brasileiras, dando origem a uma série de ensaios fotográficos.

    Questões políticas pautam o trabalho de Rochelle Costi, que apresenta aqui uma produção crítica que explora os lugares comuns da memória do inconsciente coletivo por meio da fotografia. Da mesma forma, Augusto de Campos traz dois poemas visuais emblemáticos, com forte conotação política, que pode ser atribuída de forma atemporal sem perder o tom de criticismo ao sistema. A galeria também mostra alguns trabalhos históricos de Geraldo de Barros, que por outro lado, demonstram predominantemente uma preocupação do artista com os aspectos mais formais da produção, como a geometria e a cor.

    Hector Zamora é conhecido por sua pesquisa que envolve a arquitetura, problematizando questões históricas, sociais e políticas relacionadas ao trabalho e a sociedade de consumo, por meio das suas instalações a partir de tijolos de cobogó, elemento comum na arquitetura Latino-americana.

    Os artistas Rafael Carneiro e Tiago Tebet têm na pintura o suporte principal para suas pesquisas. Enquanto Carneiro, por meio de um rigor técnico, desenvolve uma metodologia de transcrição e incorporação de imagens, onde cada uma delas tem seu significado diluído e reconfigurado, Tebet prioriza os métodos mecânicos e artesanais para atingir efeitos espontâneos de cores e texturas. A materialidade é um dos principais aspectos também na obra de Pablo Lobato, que explora a questão da fissura do corte, e Bosco Sodi, que por sua vez, reúne elementos naturais na sua produção para propor uma reflexão sobre o consumo desenfreado do capitalismo corrente. Fernando Zarif, entretanto, traz uma proposta mais intimista ao reunir alguns retratos que foram pintados com bisnaga diretamente na tela.

    As instalações coloridas e luminosas de Iván Navarro travam um diálogo com o minimalismo, provocando os sentidos ao mesmo tempo em que interactivamente atraem o espectador. Já Jorge Pardo, na série emblemática de luminárias, alia a questão da luminosidade e da cor ao design e funcionalidade em suas peças. O argentino Leandro Erlich apresenta uma instalação que também provoca nossos sentidos, mas dessa vez trabalhando principalmente a percepção.

  • Iván Navarro

    1972, Santiago, Chile. Vive e trabalha em Nova York, EUA

    As obras de Iván Navarro atraem o público a partir da combinação de elementos que questionam nossa percepção. Por um lado, sob um ponto de vista formalista, seus trabalhos são cuidadosamente construídos, trazendo a luz como seu suporte principal. Luz que provoca os sentidos, ao mesmo tempo em que suscita um encantamento no espectador. A produção de Iván Navarro também é imbuída de conotações políticas, que são comunicadas ao público por inúmeras estratégias, como visto nos títulos de seus trabalhos, no cuidadoso uso da cor, na utilização de anagramas ou na apropriação e desconstrução de símbolos que representam ideologias e poder institucionalizado.


    The appeal of Iván Navarro’s works springs from a combination of elements that question our perception. On the one hand, from a formalist point of view, his works are carefully constructed, having light as their main support. Light that arouses feelings, at the same time that it sparks enchantment in the spectator. Iván Navarro’s production is also imbued with political connotations, communicated to the public through countless strategies, as seen in the titles of his works, in his careful use of color, in the use of anagrams, or in the appropriation and deconstruction of symbols that represent ideologies and institutionalized power.
     

  • “Um dos acontecimentos sensoriais matriciais do ser humano é a sinestesia, quando um sentido desperta o seu potencial sobre outro sentido. Foi a partir de um processo sinestésico, aliás, que despertamos a linguagem em nossa espécie. O aspecto sensorial na obra de Iván Navarro é algo que precisamos observar com todo o nosso arsenal de percepção. O que se revela mais explicito é um triunfo da cor, na forma de uma luz que exerce algo sobre o nosso fuNcionamento hormonal: saturada, absoluta, ela desencadeia processos sinestésicos, incidindo na forma como nos relacionamos com o espaço. Um segundo aspecto, por sua vez, é uma espécie de sinestesia reversa, percebida no momento em que vemos um instrumento musical reverberar imagens em vez de sons. Ou ainda quando somos surpreendidos com o desaparecimento de nossa imagem diante do espelho. Neste caso, é a supressão dos sentidos que nos impede de ver o que cremos existir.”

    Marcello Dantas

  • vista da exposição "Desvanecer", Luciana Brito Galeria, São Paulo, 2021
  • Caio Reisewitz

    1967. São Paulo, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

    A pesquisa de Caio Reisewitz traz a fotografia como suporte principal. Através do refinamento técnico e temático, sua obra apresenta um interesse pela ação do homem e seus efeitos sociais e políticos, seja no espaço natural, seja no espaço arquitetônico. Enquanto sua técnica fotográfica exalta a dramaticidade entre formas, cores e texturas, sua poética artística constrói um repertório estético quase onírico. Esses aspectos estabelecem um diálogo dicotômico entre o real (aquele característico do registro fotográfico) e o quimérico (nossos próprios repertórios).

    Caio Reisewitz’s research takes photography as its main medium. Through technical and thematic refinement, his work evinces an interest in human action and its social and political effects, whether in the natural space or the architectural space. While his photographic technique highlights the dramaticity among shapes, colors and textures, his artistic poetics constructs a nearly dreamlike aesthetic repertoire. These aspects establish a dichotomous dialogue between the real (that which is characteristic of the photographic record) and the chimerical (our own repertoires).

  • Héctor Zamora

    1974, Cidade do México, México. Vive e trabalha na Cidade do México, México.

    Héctor Zamora é mais conhecido por sua pesquisa, que envolve espaços públicos e o ambiente construído. Em suas obras, o artista reinventa e redefine os espaços convencionais, sejam expositivos ou não, gerando ruídos entre os significados de público e privado, exterior e interior, real e imaginário. Se, por um lado, a obra de Héctor Zamora lida com a herança estética e formal do concretismo e outras vanguardas latino-americanas, por outro, problematiza questões sociais e políticas relacionadas ao trabalho numa sociedade de consumo e à subversão de arquiteturas, da cidade, da história.

     

    Héctor Zamora is better known for his research, which involves public spaces and the built environment. In his works, the artist reinvents and redefines conventional spaces – exhibition spaces or others – giving rise to noise between the meanings of public and private, exterior and interior, real and imaginary. If, on the one hand, Héctor Zamora’s work deals with the aesthetic and formal legacy of concretism and other Latin American vanguard movements, on the other, it problematizes social and political questions related to work in a consumer society and to the subversion of architectures, of the city, and of history.

  • Fernando Zarif

    1960-2010. São Paulo, Brasil.

    Visionário e incessante questionador, Fernando Zarif é autor de uma vasta produção, na qual estabeleceu uma linguagem autêntica e independente dos preceitos culturais de sua época, associando-se a expressões de vanguarda, como performances e videoinstalações. Zarif é considerado uma das figuras mais emblemáticas da geração paulistana da década de 1980. A partir dos anos 1990, o artista passou a incorporar, em sua pesquisa, a apropriação de objetos diversos, mantendo ou não a integridade de seus materiais, mas sempre ressignificando-os. Além da escultura, do vídeo e da performance, o artista explorou outros suportes artísticos, como a escrita, o desenho, a pintura e a música.

    A visionary and ceaseless questioner, Fernando Zarif produced a vast oeuvre, in which he established an authentic language independent from the cultural precepts of his time and associated with vanguard expressions such as performance art and video installations. Zarif is considered one of the most emblematic figures of the generation of artists from the city of São Paulo in the 1980s. From the 1990s onward, the artist began to appropriate various objects in his research, sometimes maintaining the integrity of their materials, sometimes not, but always resignifying them. Besides sculpture, video and performance, the artist explored other artistic supports, such as writing, drawing, painting and music.


  • Tiago Tebet

    1986. São Paulo, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

    A pintura como linguagem é o principal objeto de pesquisa de Tiago Tebet. Desde muito jovem, vem explorando seus processos e formas de ressignificação, mas sempre interessado também na representatividade da contracultura de algumas práticas populares marginalizadas, como o skate. Associada a uma habilidade técnica impecável, a investigação de Tebet destaca-se ainda pela originalidade com a qual explora as possibilidades e as especificidades da representação na pintura. Sua investigação preocupa-se com os processos de construção e materialidade, como métodos mecânicos e artesanais que usa para atingir resultados mais espontâneos, levando a uma maior variação de linguagens.

    Painting as a language is the main objective of Tiago Tebet’s research. Since a very young age, he has been exploring its processes and forms of resignification, though always with a simultaneous interest in the representativity of the counterculture of some marginalized popular practices, such as skateboarding. Carried out with impeccable technical ability, Tebet’s investigation is moreover outstanding for its originality in exploring the possibilities and specificities of representation in painting. His research is concerned with the processes of construction and materiality, as mechanical and artisanal methods that he uses to achieve more spontaneous results, leading to a larger variation of languages.

  • Rochelle Costi

    1961. Caxias do Sul, RS. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

    Rochelle Costi trabalha a memória afetiva; essa que normalmente levanta a poeira do nosso subconsciente, acionada por um dispositivo: a imagem. Sua pesquisa parte de seu próprio repertório imagético, para então ser formalizada através da técnica apurada da fotografia, vídeos e instalações. O colecionismo e a fotografia não só se complementam, mas também se fundem, levando o espectador a um confronto íntimo com esse universo, que passa a ser comum a todos.


    Rochelle Costi works with affective memory – that which normally stirs up the dust in our unconscious, activated by a device: the image. Her research is based on her own image repertoire, to then be formalized through refined photographic technique, videos and installations. Collecting and photography not only complement one another, but are also merged in her work, bringing the spectator to an intimate confrontation with this universe, which becomes shared by everyone.

  • Jorge Pardo

    1963, Havana, Cuba. Vive e trabalha entre Mérida, México, e Nova York, EUA.

    Até onde a arte pode ir? A investigação de Jorge Pardo trata do conceito de funcionalidade, questionando os limites da arte, do design e dos espaços de convivência. Sua pesquisa evolui numa narrativa construtiva, como, por exemplo, a justaposição de técnicas diversas para compor um conjunto pictórico de referências não só da contemporaneidade, mas que também adentram o universo da própria história da arte. O artista geralmente utiliza tecnologia – foi um dos primeiros artistas a usar programas computadorizados para realizar suas esculturas – e cores vibrantes para realçar motivos ecléticos e diversificados utilizados em suas pinturas, esculturas e instalações.

    How far can art go? Jorge Pardo’s investigation deals with the concept of functionality, questioning the limits of art, of design, and of the spaces of coexistence. His research is developed in a constructive narrative wherein various techniques are juxtaposed to build a pictorial set of references drawn not only from contemporaneity, but also from the history of art. The artist generally uses technology – he was one of the first artists to use computer programs for making his sculptures – and vibrant colors to enhance the eclectic and diversified motifs used in his paintings, sculptures and installations.

  • “Para Pardo, não há separação entre as chamadas belas artes e artes aplicadas. Ele desenvolve exposições em museus e galerias da mesma forma que desenha hotéis, restaurantes, casas particulares e espaços públicos. Ampliando sua própria definição de produção, ele investiga fundamentalmente os limites da arte. Sua obra na Pinacoteca dialoga ainda com a arquitetura e a história do edifício do próprio museu que, até 1911, sediou o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, num momento que as disciplinas eram integradas também aqui.”

    Jochen Volz

     

  • Rafael Carneiro

    1985. São Paulo, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

    O rigor técnico é uma das principais características do trabalho de Rafael Carneiro que, ao longo dos anos, vem se transformando dentro da pintura. A transcrição das imagens para a tela torna-se, por si só, a principal temática de sua obra, que procura evitar os rótulos e compromissos formais próprios da pintura, para se aproximar justamente do complexo universo de imagens da cultura e do imaginário coletivos. O significado das figuras utilizadas pelo artista dilui-se pela técnica aplicada, que descontextualiza, reconfigura e ressignifica, por meio da quebra de sua integralidade, subtraindo e somando novos elementos, de forma a compor narrativas mais complexas. Para isso, Rafael Carneiro utiliza-se de uma vasta coleção particular de imagens, das quais articula mais livremente diversas formas de composição, por meio de um processo orgânico de criação, que muitas vezes também inclui a música.

    Technical rigor is one of the main characteristics of the work of Rafael Carneiro, who over the years has been transforming within painting. The transcription of images to the canvas has become, in and of itself, the main thematics of his work, which seeks to avoid the formal commitments and labels proper to painting in order to approach the complex world of the images of culture and the collective imaginary. The meaning of the figures used by the artist is diluted by the technique he uses, which decontextualizes, reconfigures and resignifies, through the breaking of their integrality, subtracting and adding new elements, in order to compose more complex narratives. To this end, Rafael Carneiro uses a vast private collection of images, which he freely articulates with various forms of composition, through an organic creative process that often includes music.

  • Marina Abramovic

    1946. Belgrado, Sérvia. Vive e trabalha em Nova York, EUA.

    Marina Abramovic ficou mundialmente conhecida por sua pesquisa na arte da performance, que introduziu na experiência artística, ainda na década de 1960, a discussão sobre os limites do corpo e da mente, além da relação direta entre o artista e o público. A partir da década de 1980, a artista passou a investigar os assuntos relacionados à espiritualidade e ao sincretismo religioso, além dos potenciais da mente, do corpo e do espírito, através da conexão com a natureza e o sagrado. Essa investigação ganha ainda mais importância na obra da artista depois de sua primeira visita ao Brasil, em 1989. Essas experiências compõem um rico material para a produção de fotografias, vídeos, esculturas e instalações.

    Marina Abramovic became known worldwide for her research in performance art, which as early as the 1960s presented artistic experiences involving the discussion about the limits of the body and the mind, along with a direct relationship between the artist and the public. From the 1980s onward, the artist began to investigate the subjects related to spirituality and religious syncretism, as well as the potentials of the mind, body and spirit, through a connection with nature and the sacred. This investigation took on even greater importance in the artist’s work after her first visit to Brazil, in 1989, when she gained experiences that provided rich material for the production of photographs, videos, sculptures and installations.

    • Marina Abramovic Places of Power, The Garden of Maitreya, 2013 C-print 160 x 212,5 cm | 62.99 x 83.66 in 1/7
      Marina Abramovic
      Places of Power, The Garden of Maitreya, 2013
      C-print
      160 x 212,5 cm | 62.99 x 83.66 in
      1/7
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  • Bosco Sodi

    1970, Cidade do México, México. Vive e trabalha entre Nova York, EUA, e Cidade do México.

    A pesquisa de Bosco Sodi prima pela simplicidade de materiais de origem natural, como pigmentos, serragem, fibras, madeira, terra etc. A combinação desses elementos com a gestualidade de sua produção proporcionam um caráter excepcional a cada obra, além de atribuir uma conexão especial entre ele e sua prática de criação, que transcende o conceitual. Atualmente, e cada vez mais, sua produção utiliza técnicas antigas que, além de estabelecerem uma relação direta com o discurso etnobotânico, resgatam sua ancestralidade nativo-latino-americana. Bosco Sodi também associa essas técnicas a processos tradicionais e contemporâneos, dialogando com os movimentos land art e “informalismo”.

    Bosco Sodi’s research is outstanding for its simplicity of materials from a natural origin, such as pigments, sawdust, fibers, wood, soil, etc. The combination of these elements with the gesturality of his production makes each work unique, while creating a special connection between the artist and his process of creation, which transcends the conceptual. Currently, he has been making increasing use of techniques from olden times, which not only establish a direct relationship with the ethnobotanical discourse, but also recover his native Latin American ancestrality. Bosco Sodi also associates these techniques to traditional and contemporary processes, dialoguing with the movements of land art and informalism.

  • vista da exposição Voragine, Luciana Brito Galeria, São Paulo, 2016
  • Leandro Erlich

    1973. Buenos Aires, Argentina. Vive e trabalha em Buenos Aires, Argentina.

    O trabalho de Leandro Erlich explora os artifícios da visualidade, através de jogos de percepção e sentidos. A arquitetura do cotidiano é um tema recorrente em sua obra, com a qual cria paradoxos entre o que acreditamos e o que vemos, com situações de mistério e interrogação. Essa transgressão de limites provoca uma instabilidade não só das crenças absolutas, mas também dos limites da própria arte e das instituições legitimadoras. Por meio de instalações, esculturas, fotografias e vídeos, o artista simula situações, de maneira a desarticular nossa experiência cotidiana e nosso entendimento do comum.

    Leandro Erlich’s work explores the artifices of visuality, through sensory and perceptual games. Everyday architecture is a recurrent theme in his work, with which he creates paradoxes between what we believe and what we see, with situations of mystery and questioning. This transgression of limits destabilizes not only our absolute beliefs, but also the limits of art and the legitimizing institutions. Through installations, sculptures, photographs and videos, the artist simulates situations that dislocate our everyday experience and our understanding of the common.

  • Pablo Lobato

    1976, Bom Despacho, Brasil. Vive e trabalha em Belo Horizonte, Brasil.

    A pesquisa de Pablo Lobato não se restringe a uma única linguagem ou meio, operando de maneira colaborativa de acordo com cada material, situação ou contexto. Dessa forma, a articulação de seus trabalhos está mais preocupada no despertar sensorial que em qualquer regra de controle. Sua formação em artes, cinema e fotografia coloca-o numa posição híbrida de experimentação das potencialidades do “fazer ver” e de cada evento sugerido, promovendo um forte diálogo entre as narrativas do cinema, da fotografia, do vídeo e das artes visuais.

    Pablo Lobato’s research is not restricted to a single artistic language or medium, but rather operates collaboratively with each material, situation or context. The articulation of his works is therefore more concerned with sensorial awakening than with any sort of controlling rule. His training in the arts, cinema and photography positions him in a hybrid place of experiencing the potentials of the action of “making visible” and of each suggested event, fostering a strong dialogue between the narratives of cinema, photography, video and the visual arts.

    • Pablo Lobato 1st Kimono, 2017 Papel Hanji | Hanji paper 75 x 31 cm | 29.52 x 12.20 in
      Pablo Lobato
      1st Kimono, 2017
      Papel Hanji | Hanji paper
      75 x 31 cm | 29.52 x 12.20 in
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    • Pablo Lobato 4th Kimono, 2017 Papel Hanji | Hanji paper 75 x 31 cm | 29.52 x 12.20 in
      Pablo Lobato
      4th Kimono, 2017
      Papel Hanji | Hanji paper
      75 x 31 cm | 29.52 x 12.20 in
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  • Augusto de Campos

    1931, São Paulo, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

    Augusto de Campos é um dos maiores expoentes da poesia concreta no Brasil, além de ensaísta, tradutor, e crítico literário e musical. Sua criação artística é permeada pela experimentação da linguagem, através da ideia de unidade entre os diversos recursos comunicacionais, como palavra, som e imagem. Seus poemas visuais e poemas-objetos marcaram as décadas de 1960 e 70, sendo definitivos para posicioná-lo na vanguarda artística no Brasil. A partir de 1990, intensificou seus experimentos com as novas mídias, apresentando seus poemas em diferentes veículos, como outdoors elétricos, videotexto, neon, holograma, laser, computação gráfica, e em eventos multimídia, com os quais trabalha até os dias atuais.

     

    Augusto de Campos is one of the key figures of concrete poetry in Brazil, as well as an essayist, translator and literary and musical critic. His artistic creation is pervaded by experimentation with language, through the idea of unity among the various communicational resources, such as words, sound and image. His visual poems and poem-objects marked the 1960s and 1970s, definitively positioning him in the artistic vanguard in Brazil. From 1990 onward, he intensified his experiments with the new media, presenting his poems in different communication channels, such as electronic billboards, video text, neon signs, holograms, lasers, computer graphics, and in multimedia events, with which he has worked until today.

  • vista da exposição "Poemas e Contrapoemas", Luciana Brito Galeria, São Paulo, 2019
  • Geraldo de Barros

    1923. Chavantes, Brasil. 1998. São Paulo, Brasil.

    Geraldo de Barros é um dos principais nomes da arte brasileira do século XX. Combinando seus primeiros estudos sobre pintura e um interesse posterior em fotografia, ele trabalhou os limites dos processos fotográficos tradicionais, questionando as regras clássicas de composição. Além da preocupação formal, vista claramente no concretismo brasileiro, do qual Geraldo de Barros participou intensamente, ele conseguiu fundi-la com suas preocupações sociais, o que o levou a abordar os processos industriais em seu trabalho, lidando coerentemente com as construções geométricas, reprodutibilidade, socialização da arte, teoria da forma e design industrial.

    Geraldo de Barros is a key name of 20th-century Brazilian art. Combining his first studies on painting with a later interest in photography, he pushed the envelope of the traditional photographic processes, questioning the classic rules of composition. Geraldo de Barros took a formal concern – as clearly seen in Brazilian concretism, in which participated intensely – and managed to merge this with his social concerns, leading him to approach the industrial processes in his work, dealing coherently with geometric constructions, reproducibility, the socialization of art, the theory of form and industrial design.

  • vista da exposição, "Geraldo de Barros Industrial", Luciana Brito Galeria, São Paulo, 2016