• ArtRio 2022

    Sala Modernista


  • GERALDO DE BARROS | THOMAZ FARKAS | WALDEMAR CORDEIRO


  • Em uma sala especialmente criada para abrigar os trabalhos históricos, a galeria apresenta obras dos artistas Waldemar Cordeiro e Geraldo de Barros, cujas pesquisas experimentais multidisciplinares defendiam o equilíbrio para valorizar a essência das formas e cores, seja na pintura, como é o caso das obras da fase “Geometria Intuitiva” (1960-63), de Waldemar Cordeiro, seja na fotografia, como nas “Fotoformas” (1949-54), de Geraldo de Barros. Outro exemplo fica por conta da série “Objetos-forma” (1979), de Geraldo de Barros, onde o artista revisitou as obras da sua participação na 15a Bienal de São Paulo, em 1979. Na ocasião também será possível rever algumas obras de Thomaz Farkas, que registrava as cenas cotidianas dos grandes centros, reunindo um rico testemunho histórico e social brasileiro.

  • Geraldo de Barros

    1923, Xavantes, Brasil - 1998, São Paulo, Brasil
    Geraldo de Barros é um dos principais nomes da arte brasileira do século XX. Combinando seus primeiros estudos sobre pintura e um interesse posterior em fotografia, ele trabalhou os limites dos processos fotográficos tradicionais, intervindo diretamente no negativo, fazendo múltiplas exposições do mesmo filme, sobreposições, montagens e recortes, questionando as regras clássicas de composição. Apesar da profunda preocupação formal, vista claramente no concretismo brasileiro, do qual Geraldo de Barros participou intensamente, ele conseguiu fundi-la com suas preocupações sociais, o que o levou a abordar os processos industriais em seu trabalho, lidando coerentemente com as construções geométricas, reprodutibilidade, socialização da arte, teoria da forma e design industrial.
     
    Geraldo de Barros, ainda aos 26 anos, participou da criação do laboratório e do curso de fotografia no Museu de Arte de São Paulo (MASP), onde apresentou a exposição Fotoformas, em 1950. O artista também foi um dos principais atuantes do Foto Cineclube Bandeirante, espaço que marcou a experimentação em fotografia no Brasil. Em 1951, participou do HfG - Hoschule für Gestaltung (Escola de Formas) em Ulm, Alemanha. Foi também um dos fundadores do Grupo Ruptura (1952) e Grupo Rex (1966) e participou da 1ª, 2ª, 9ª, 15ª e 21ª Bienal de São Paulo e da Bienal de Veneza (Itália), em 1986. Entre diversos projetos nacionais e internacionais, as obras de Geraldo de Barros tiveram participação póstuma em diversas exposições. Em 2014, o Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro, organizou a retrospectiva do artista e, no ano seguinte, a mesma exposição foi exibida no SESC Belenzinho, em São Paulo. No ano de 2017, a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva em Lisboa (Portugal) e a Document Gallery, em Chicago (EUA), realizaram mostras individuais do artista, seguidas por outras na Side Gallery, em Barcelona (Espanha), em 2018, Kurst und Kulturstiftung Opelvillen, em Rüsselsheim (Alemanha). Mais recentemente, em 2021, o Itaú Cultural apresentou mostra individual, enquanto em 2022, o Museé d’Art Moderne et Comtemporain – MAMCO, na Suiça, realizou a maior retrospectiva do artista na Europa. Seu trabalho faz parte de coleções como a Fundação de Arte Cisneros Fontanals, Fundo de Arte do Estado de Genebra, Fundação Bienal de São Paulo, Instituto Inhotim, Museu Ludwig, Fundação Max Bill, Museu Max Art, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Belas Arte, Museu de Arte de São Paulo, MoMA Nova York, Tate Modern Inglaterra, Photographer’s Gallery Ingaterra, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museo de Arte Latino Americana de Buenos Aires, etc.
  • Ruptura, Luciana Brito Galeria, São Paulo, Brasil, 2018
    Ruptura, Luciana Brito Galeria, São Paulo, Brasil, 2018
  • "Da retomada de alguns objetos-forma da arte concreta"
  • Fotografias: Edouard Fraipont
  • Geraldo de Barros, MAMCO Geneve, 2022 ©Michel Favre
  • Waldemar Cordeiro

    1925, Roma, Italia – 1973, São Paulo, Brasil
  • Waldemar Cordeiro foi uma das figuras mais importantes para a instauração da Arte Concreta, movimento de vanguarda fundamental para transição da Arte Moderna para a contemporaneidade, o que viria a definir a arte brasileira do século 20. Além de ser pioneiro na arte de computador ainda no final da década de 1960, Waldemar Cordeiro desenvolveu e implementou projetos paisagísticos importantes no Brasil. Em sua pesquisa interdisciplinar, defendia a pintura em sua essência, com linhas e cores básicas que se sustentavam por si só, sem o respaldo da representação figurativa. Primava por uma arte objetiva e racional, muito associada aos seus estudos teóricos, além da investigação de materiais e elementos industriais. Waldemar Cordeiro trabalhava por uma arte acessível a todos, buscando um senso coletivo que se alinhava também a tecnologia, design e ao paisagismo. Sua pesquisa na arte sempre esteve associada a uma preocupação social e política. 

    Waldemar Cordeiro estudou na Academia de Belas Artes de Roma (1938) e no Liceu Tasso de Roma (1945). Em 1949, estabeleceu-se no Brasil. Participou da mostra inaugural do Museu de Arte Moderna de São Paulo “Do figurativismo ao abstracionismo” (1949), além da I Bienal de São Paulo (1951). Foi ainda um dos organizadores da mostra “Ruptura”, também no MAM-SP (1952) e “Arteônica”, na Fundação Armando Alvares Penteado, FAAP-SP (1971). Dentre as principais exposições individuais, estão as do MAM-RJ/SP (Brasil), CCSP (Brasil), Buffalo University (EUA), MAC-SP (Brasil), Instituto Itaú Cultural, São Paulo (Brasil) e Paço Imperial, RJ (Brasil). Dentre as mostras coletivas, estão The Walk Art Center (EUA), Pinacoteca do Estado de São Paulo (Brasil), The Museum of Fine Arts Houston (EUA), Museum of Modern Art, MoMA, NY (EUA), CCBB, SP/RJ (Brasil), Goethe-Institut, NY (EUA), Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madri (Espanha), Instituto Tomie Ohtake, SP (Brasil), Bienal de São Paulo (2012, 1975, 1973, 1969, 1967, 1965, 1963, 1961, 1959, 1957, 1955, 1953 e 1951 edições), Bienal de Nuremberg (Alemanha), etc. As obras de Waldemar Cordeiro estão presentes em coleções como a Fundação de Arte Cisneros Fontanals (EUA), Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (Brasil), Coleção Patrícia Phelps de Cisneros (EUA), Pinacoteca do Estado de São Paulo (Brasil), Museum of Modern Art, MoMA (EUA), The Museum of Fine Arts, Houston (EUA), ZKM Museum (Alemanha) , dentre outros.
  • Thomaz Farkas

    1924, Budapeste, Hungria – 2011, São Paulo, Brasil.
  • As primeiras séries autorais de Thomaz Farkas estão associadas à sua experiência com o Foto Cine Clube Bandeirante, onde o artista contribuiu para os avanços da fotografia brasileira. Sua prática concentrava-se nos recursos técnicos criativos, em detrimento do pictorialismo e dos gêneros tradicionais conduzidos pela pintura (retrato, paisagem etc). Em suas fotografias, Thomaz Farkas registrava as cenas cotidianas dos grandes centros, arquitetura e paisagens urbanas, por meio de composições geométricas e ângulos inusitados. A obra do artista reúne não apenas registros do dia a dia, mas compõe um rico testemunho histórico e social brasileiro. 
     
    Radicado em São Paulo desde os 6 anos de idade, Thomaz Farkas era filho do fundador da Fotoptica, empresa pioneira na comercialização de equipamentos fotográficos no Brasil. Formou-se PHD pela Escola de Comunicação e Artes da USP (1973). Dentre as principais exposições individuais Museu da Imagem e do Som (2019, São Paulo, Brasil), Instituto Moreira Salles (2011, São Paulo, Brasil), Pinacoteca do Estado de São Paulo (2005, São Paulo, Brasil), Centro Português de Fotografia (2000, Lisboa, Portugal), MASP (1949, 1997, Brasil), MAM-SP (1949, Brasil). Mostras coletivas foram realizadas no MoMA-NY (2021, EUA), Museo Jumex (2018, México), Tate Modern (2018, Londres, Inglaterra), Museum of Contemporary Art (2017, San Diego, EUA), Itaú Cultural (2017, São Paulo, Brasil), The Photographer’s Gallery (2016, Nova York, EUA), Fundação Calouste Gulbenkian (2015, Paris, França), Museum fur Fotografie (2012, Berlim, Alemanha), etc. Farkas foi ainda eleito quatro vezes o representante do Brasil na Photographic Society of America, além de figura central na criação dos departamentos de fotografia do MASP e do MAM-SP. Sua obra também figura entre as coleções do MoMA-NY (EUA), MASP (Brasil), MAM-SP/RJ (Brasil), Instituto Moreira Salles (Brasil) e Tate Modern (Inglaterra).
  • T H O M A S F A R K A S “Presidente Juscelino Kubitschek no dia da inauguração de...
     
    T H O M A S   F A R K A S
    “Presidente Juscelino Kubitschek no dia da inauguração de Brasília, 21 de abril”, 1960
    gelatina de prata
    silver gelatin
    36 x 56 cm
    14.17 x 22.04 in
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