A investigação de Jorge Pardo aborda conceitos relacionados à funcionalidade, especialmente quando beira o absurdo e a pureza do objeto. Um dos pontos fortes de sua pesquisa está justamente no constante questionamento dos limites da arte, interesse que pode ser explicado pela sua formação como arquiteto e designer. Em 2020, o artista se apresentou no Brasil pela primeira vez, com a exposição "Flamboyant", onde criou um grande "espaço de estar", composto pelas suas icônicas luminárias e cadeiras de balanço, no Octógono da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Juntas, as obras compõem o imaginário de um ambiente doméstico, estabelecendo um paradoxo bem ao gosto do artista: até onde ela pode chegar?
A investigação de Jorge Pardo trata do conceito de funcionalidade, questionando os limites da arte, do design e dos espaços de convivência. Sua pesquisa evolui numa narrativa construtiva, como por exemplo a justaposição de técnicas diversas para compor um conjunto pictórico de referências não apenas da contemporaneidade, mas que também adentram o universo da própria história da arte.
O interesse do artista por esse discurso híbrido, situado entre a arte e o design, que pode ser explicado principalmente pela sua formação como arquiteto e designer, faz com que sua obra transite não somente pelas principais instituições de arte contemporânea do mundo, como também por outros espaços diversos. Suas tão conhecidas luminárias são bons exemplos disso, já que dialogam tanto com a arte contemporânea, quanto com a arquitetura do espaço em que estão inseridas, sem perder sua funcionalidade original. A tecnologia é um dos recursos mais comuns na pesquisa de Pardo, sendo um dos primeiros artistas a usar programas computadorizados para realizar suas esculturas. O uso de cores vibrantes é utilizado para realçar motivos ecléticos e diversificados aplicados em suas pinturas, esculturas e instalações.
O artista formou-se em belas-artes pelo Art Center College of Art, em Pasadena, Califórnia (EUA), além da Universidade de Illinois, Chicago (EUA). Ao longo de sua carreira, foi contemplado com prêmios importantes, como o MacArthur Fellowship Award (2010), Smithsonian American Art Museum Lucelia Artist Award (2001) e Louis Comfort Tiffany Foundation Award (1995). Dentre as exposições individuais mais significativas estão as realizadas na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2019-2020), David Gill Gallery, Londres (2015), Petzel Gallery, Nova York (2014), Gagosian Gallery, Nova York (2010), Irish Museum of Modern Art, Dublin (2010), Los Angeles County Museum of Art (2008), e Museum of Contemporary Art, Miami (2007). Dentre as mostras coletivas está a 57ª Bienal de Veneza (2017). Suas obras integram importantes coleções públicas, incluindo o Museum of Contemporary Art, Los Angeles (EUA), Museum of Modern Art - MoMA, Nova York (EUA) e Tate Modern, Londres (Inglaterra).