A pesquisa de Caio Reisewitz tem a fotografia como suporte principal. Através do refinamento técnico, suas composições mostram um particular interesse pela ação humana e seus efeitos sociais e políticos, seja no espaço natural ou no espaço arquitetônico. Sua poética constroi um repertório que pode tanto nos colocar diante do descaso humano, quanto da poesia plástica dos ambientes.
A obra “Boituva”, cujo nome vem do tupi “cobra grande”, é uma das mais emblemáticas do artista e foi realizada no contexto do interior de São Paulo, onde a “terra roxa”, símbolo de fertilidade, atraia cada vez mais o progresso liderado pelas grandes indústrias do agronegócio. A contradição que envolve esse suposto progresso pode também ser atribuída à própria imagem, que confunde o espectador sobre a perspectiva em que ela de fato foi realizada.