O mais novo integrante do time de artistas da Luciana Brito Galeria, Antonio Pichillá, indígena de origem Maia Tz'utujil, desenvolveu um particular interesse pela arte têxtil, principalmente sobre as técnicas tradicionais de tecelagem empregadas pelas suas ancestrais mulheres. Tanto as técnicas, quanto as padronagens e cores, carregam simbolismos relacionados à espiritualidade e às tradições de seu povo.
Entre o povo maia tz’utujil, tecer é uma tradição entre as mulheres. As técnicas tradicionais de tecelagem empregadas por Pichillá resgatam referências ancestrais que partem de um processo muito pessoal de aprendizado da tradição do tecer junto à sua mãe.
Nesta prática tão intimamente conectada a sua cultura, Pichillá encontra os meios para explorar referências sagradas: os nós e as padronagens do tecer carregam simbolismos específicos relacionados à espiritualidade e, inevitavelmente, à forma de viver maia tz’utujil, onde água, ar, fogo e terra são sagrados, complementam-se e fazem parte de tudo ao redor.
Estes elementos são tradicionalmente venerados durante as celebrações do equinócio da primavera que marcam o ciclo agrícola. Nesse contexto, eles resgatam entendimentos da vida enquanto cíclica, onde o retorno à terra marca sempre um novo viver, sustentando o delicado equilíbrio dos ecossistemas.
Uma forma angular que aponta para duas direções opostas (formando um X) representa o vento em bordados tradicionais da indumentária maia tz'utujil, simbolismo do qual o artista se apropria em sua tapeçaria para representar o elemento ar. Desdobrando de tal representação, Pichillá cria um símbolo para o fogo, representado por quatro ângulos e quatro cantos, dentre os quais surge um triângulo. Criando seu próprio vocabulário ao tecer, Pichillá estabelece a estética dos fios deixados soltos, “flutuando”, como uma alusão à fluidez da água, que é representada, na tapeçaria do artista, pela forma do recipiente que a contém, as tinajas.
Entre el pueblo 'maya tz'utujil', tejer es una tradición entre las mujeres. Las técnicas tradicionales de tejido empleadas por Pichillá rescatan referencias ancestrales que parten de un proceso muy personal de aprendizaje de la tradición de tejer junto a su madre.
En esta práctica tan íntimamente conectada a su cultura, Pichillá encuentra los medios para explorar referencias sagradas: los nudos y los patrones del tejido llevan consigo simbolismos específicos relacionados con la espiritualidad e, inevitablemente, con la forma de vida 'maya tz'utujil', donde el agua, el aire, el fuego y la tierra son sagrados, se complementan y forman parte de todo lo que nos rodea.
Estos elementos son tradicionalmente venerados durante las celebraciones del equinoccio de primavera que marcan el ciclo agrícola. En este contexto, rescatan la comprensión de la vida como cíclica, donde el regreso a la tierra siempre marca un nuevo vivir, sosteniendo el delicado equilibrio de los ecosistemas.
Una forma angular que apunta en dos direcciones opuestas (formando una X) representa el viento en los bordados tradicionales de la vestimenta 'maya tz'utujil', un simbolismo del cual el artista se apropia en su tapicería para representar el elemento aire. A partir de esta representación, Pichillá crea un símbolo para el fuego, representado por cuatro ángulos y cuatro esquinas, de entre los cuales emerge un triángulo. Creando su propio vocabulario al tejer, Pichillá establece la estética de los hilos que quedan sueltos, "flotando", como una alusión a la fluidez del agua, que en la tapicería del artista se representa mediante la forma del recipiente que la contiene, las 'tinajas'.
Among the Mayan Tz’utujil people, weaving is traditionally done by women. The traditional techniques of weaving used by Pichillá recover ancestral references based on his very personal process of learning the tradition of weaving from his mother.
Pichillá resorts to this deeply rooted cultural practice to explore sacred references: the knots and the weaving patterns present specific symbols related to spirituality and, inevitably, to the Mayan Tz’utujil way of life, where water, air, fire and earth are sacred, complement one another, and are essential part of the surrounding world.
These elements are traditionally venerated during the celebrations for the spring equinox, an important mark in the agricultural cycle. In this context, they recover understandings of life as cyclical, where the return to the earth is an essential part of life, sustaining the delicate balance of the ecosystems.
An angular shape that points in two opposite directions (forming an X) represents the wind on traditional embroidered clothing of the Mayan Tz'utujil people, a symbolism that the artist appropriates in his tapestry to represent the element air. Developing on that representation, Pichillá creates the symbol for fire, represented by four angles and four corners, within which a triangle emerges. Creating his own vocabulary while weaving, Pichillá establishes an aesthetics of threads that are left loose, “floating,” as an allusion to the fluidity of water, represented in the artist’s tapestry by the shape of the recipient that contains it, the tinaja.