A pesquisa de Caio Reisewitz traz a fotografia como suporte principal. Através do refinamento técnico e temático, sua obra apresenta um interesse pela ação do homem e seus efeitos sociais...
A pesquisa de Caio Reisewitz traz a fotografia como suporte principal. Através do refinamento técnico e temático, sua obra apresenta um interesse pela ação do homem e seus efeitos sociais e políticos, seja no espaço natural, seja no espaço arquitetônico. Enquanto sua técnica fotográfica exalta a dramaticidade entre formas, cores e texturas, sua poética artística constrói um repertório estético quase onírico. Esses aspectos estabelecem um diálogo dicotômico entre o real (aquele característico do registro fotográfico) e o onírico (nossos próprios repertórios).
Ao longo da sua carreira, Reisewitz vem desenvolvendo estudos com temáticas pontuais na fotografia e suas diversas possibilidades dentro das artes vsuais, colocando em cheque tanto o espaço como paisagem, quanto a paisagem como espaço. Inicialmente, investia nos registros de paisagens urbanas e arquitetônicas, passando também por questões políticas e sociais. Nos últimos quinze anos, o artista passou a trabalhar composições em colagem, com intervenções em fotografias construídas organicamente, peça por peça, recortadas e coladas em combinações que fazem analogias às interferências do homem nos determinados ambientes.
Já a exuberância da natureza intocada, que sempre foi objeto de pesquisa de Reisewitz, mais recentemente foi retratada em “Upurupã” (2020), onde a potência do verde da floresta da Serra da Cantareira, local de reclusão do artista com a família durante a pandemia Covid-19, recebeu digitalmente sobreposição de outras imagens.