Augusto de Campos
Augusto de Campos é um dos maiores expoentes da Poesia Concreta no Brasil, além de ensaísta, tradutor e crítico literário e musical. Sua criação artística é permeada pela experimentação da linguagem, através da ideia de unidade entre os diversos recursos comunicacionais, como palavra, som e imagem. Seus poemas visuais e poemas-objetos marcaram as décadas de 1960 e 70, sendo definitivos para posicioná-lo na vanguarda artística no Brasil. A partir de 1990, intensificou seus experimentos com as novas mídias, apresentando seus poemas em diferentes veículos, como outdoors elétricos, videotexto, neon, holograma, laser, computação gráfica e em eventos multimídia, com os quais trabalha até os dias atuais.
Ativo desde o final dos anos de 1940, em 1952 lançou a revista literária Noigandres, com seu irmão Haroldo de Campos e Décio Pignatari, introduzindo o movimento internacional da poesia concreta no Brasil. Em 1956, participou da Primeira Exposição Nacional de Arte Concreta no Brasil, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil. Alguns de seus projetos mais emblemáticos são estudados até hoje, como “Viva Vaia” (1949/1979) e os poemas-objetos em parceria com o artista Julio Plaza, “Poemóbiles” (1974) e “Caixa Preta” (1975). Ainda em 1975, produziu “Pulsar”, poema que fez parte da série “Stelegramas” (1975-78), considerado o primeiro “poema constelação” do artista e um de seus melhores exemplos de construção poética. Seus poemas já foram reunidos em “Despoesia” (1993), “Não” (2003) e “Outro” (2015). Como tradutor, trabalhou com obras de Ezra Pound, James Joyce, Gertrude Stein, E.E. Cummings, Vladimir Mayakovsky, Marina Tsvetaeva, Arnaut Daniel, John Donne, Gerard Manley Hopkins, Stéphane Mallarmé, Arthur Rimbaud e outros. Augusto de Campos foi contemplado com o Prêmio Ibero-Americano de Poesia Pablo Neruda, 2015, e com o Grande Prêmio de Poesia Janus Pannonius, 2017.
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